MAG Investimentos promove debate online sobre reequilíbrio das contas públicas para 2021

Dentre os pontos levantados durante live estão a aprovação de reformas, garantia de continuidade de um programa de renda básica e as formas de redução do déficit primário

Na quinta-feira (5), Bruno Funchal, secretário do Tesouro Nacional, Pedro Nery, doutor em Economia pela UnB e consultor do Senado, e Patrícia Pereira, estrategista da MAG Investimentos, se reuniram durante live para debater o cenário fiscal brasileiro. Com a mediação do Arnaldo Lima, diretor de Estratégias Públicas do Grupo Mongeral Aegon, os especialistas discutiram a saúde econômica do País e trouxeram projeções para os próximos meses, incluindo o nível de endividamento do Brasil e como é possível ter o financiamento de uma renda básica de cidadania sem comprometer a sustentabilidade dos gastos e o teto fiscal.

Segundo Funchal, em 2020, os gastos previstos com a pandemia são da ordem de R$ 584 bilhões e projeta-se um déficit para o final de 2020 de mais de R$ 871 bi, sendo o Brasil um dos países que mais gastaram entre os emergentes, de acordo com o FMI. Portanto, é preciso discutir o dia seguinte da pandemia e as reformas fiscais necessárias para garantir a saúde econômica nacional. “Nenhuma política pública consegue ser sustentável se o País não estiver fiscalmente organizado”, completa o secretário, que adiantou ainda a agenda dos próximos meses para que isso aconteça, incluindo discussão da Reforma Tributária, do Novo Marco Legal do Trabalho, Pacto Federativo, Reforma Administrativa, dentre outros.

Para os próximos meses, o foco deve ser diminuir o déficit primário, mantendo uma trajetória sustentável da dívida, além de garantir a continuidade de políticas de renda básica, segundo Nery. “Cerca de dez milhões de pessoas deixaram de trabalhar esse ano por conta da pandemia e, com o fim do auxílio emergencial em dezembro, a gente precisa de recursos para evitar que essas pessoas caiam na pobreza e consigam voltar para o mercado de trabalho”, afirma o economista. Ainda segundo Nery, o governo deve buscar ter uma qualidade dos gastos, gastando mais com quem ganha menos, combatendo a desigualdade e buscando um uso mais eficiente dos recursos.

Traduzindo esse contexto para o bolso do investidor, de acordo com Patrícia, existem dois cenários a serem desenhados. No primeiro, as reformas são aprovadas e o Brasil segue em um caminho de austeridade, mantendo a Selic em um patamar baixo de forma sustentável, onde o investidor terá que continuar tomando risco para conseguir um retorno maior para sua renda. A outra possibilidade, porém, é de que o País não consiga recuperar a política fiscal responsável, principalmente se a hipótese de uma segunda onda da pandemia, que começa a aparecer na Europa, se fortaleça. Nesse caso, será necessário subir a Selic de maneira mais forte e rápida do que no primeiro cenário, ainda que a hipótese de que a taxa de juros volte aos dois dígitos siga descartada. “Se isso acontecer, podemos acabar não sendo destino de investimento, principalmente vindo do exterior”, conclui Pereira.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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