Copom mantém Selic e reforça que o cenário fiscal determinará a taxa de juro

A novidade foi a explicitação mais direta dos efeitos da depreciação cambial e dos preços das commodities sobre a inflação no curto prazo

Nesta quarta-feira (28), na penúltima reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 2%. Embora a expectativa ainda seja de não alteração da taxa até o final de 2020, o mercado já começa a vislumbrar um aumento entre 0,25 e 0,5 ponto percentual no início do ano que vem. O próximo e último encontro de 2020 ocorre em 9 de dezembro.

“A decisão do BC veio em linha com o que estávamos esperando, ou seja, pela manutenção da taxa Selic em 2% e de grande parte da comunicação adotada no comunicado anterior. Manteve tanto a percepção de um ambiente externo mais favorável para emergentes como as incertezas que cercam este cenário. Reforçou o caráter temporário do aumento dos preços dos alimentos”, disse Júlio Cesar Barros, economista da MAG Investimentos.

Segundo ele, a despeito dos enormes ruídos sobre a arrumação fiscal, o BC manteve o entendimento de que não houve alteração do regime fiscal e, portanto, seguiu com o Forward Guidance e com a opcionalidade de corte residual. A novidade foi a explicitação mais direta dos efeitos da depreciação cambial e dos preços das commodities sobre a inflação no curto prazo. “Além disso, também passou a considerar que os núcleos se encontram em níveis compatíveis com o cumprimento da meta para a inflação no horizonte relevante para a política monetária. Portanto, manteve o entendimento de que o quadro fiscal continua sendo o fator determinante para a trajetória futura dos juros”.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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