ARTIGO: Vulnerabilidade em xeque

por Luciana Bastos é diretora de Produtos de Vida da Icatu Seguros

O avanço do coronavírus em todo o mundo desencadeou um processo de mudança na sociedade, do cenário econômico às relações sociais. O fato de um vírus invisível e desconhecido ter atingido todos os continentes em poucos meses desde seu surgimento, gerando mortes, recessão econômica e tantas outras consequências, vem fazendo com que as pessoas entrem em contato com o risco e a incerteza e reflitam sobre formas de proteção, seja da própria saúde ou da vida financeira.

A pandemia nos lembra que não somos invencíveis e traz à tona nossa vulnerabilidade, algo que é incerto, arriscado e que nos expõe emocionalmente. E esta nova realidade nos obriga a refletir sobre nossas prioridades e a fazer uma pausa para entender se estamos em dia com o nosso planejamento financeiro que guarda relação direta com a saúde e bem-estar da família, em um momento em que as conexões afetivas se intensificaram.

Ao longo de cinco anos, o Laboratório de Inovação da Icatu Seguros realizou pesquisas de profundidade que resultaram em um mapa mental do seguro de vida e aponta os principais motivos que orientam a decisão de contratar ou não um seguro. As entrevistas revelaram que a visão imediatista, o mito do seguro como algo caro, a crença de que nunca será afetado por uma tragédia e a burocracia para contratação são alguns pontos que fazem o consumidor evitar o produto. Já os que optam por contratar, geralmente o fazem porque já viveram uma experiência prévia com pessoas próximas em que puderam comprovar a importância da proteção ou possuem filhos pequenos e um estilo de vida de maior exposição ao risco.

É preciso entender que o seguro não se torna importante apenas em uma situação extrema. Apesar do seguro ainda estar muito associado à morte, 25% das coberturas existentes atualmente podem ser usadas em vida. Um diagnóstico de uma doença grave, uma invalidez total ou parcial, são acontecimentos que podem afetar diretamente a capacidade do provedor de uma família de gerar renda. Nesses casos, o valor da indenização do seguro pago em vida pode ser usado de diversas formas, mantendo o padrão financeiro existente ou até mesmo para a readaptação da casa, em caso de necessidades especiais.

Outro papel importante do seguro é atuar como um componente no planejamento sucessório. Como ele não é considerado um bem do segurado, seu pagamento é um procedimento rápido e descomplicado. Muitas vezes, parte do valor da indenização é utilizada para arcar com os custos do inventário, sem que a família precise mexer em seus investimentos ou até mesmo realizar empréstimos. Ou seja, o seguro de vida traz uma liquidez financeira para um momento de vida sensível que é o de uma perda familiar.

O aumento da procura pelo seguro de vida é o reflexo do despertar da consciência que este é um instrumento relevante para a reorganização financeira familiar e que cumpre um papel social relevante.  O desafio que teremos como agentes de transformação social será manter essa consciência ativa depois que isso tudo passar. O seguro de vida, como pilar importante, porém não único, de um planejamento financeiro sustentável ganhou ouvintes curiosos e que transformaram sua curiosidade em ação, servindo de exemplo para outros.

A crise do coronavírus vem acelerando esse processo e cabe às empresas estarem preparadas com soluções flexíveis e inovadoras para atender a essas novas demandas, contribuindo para formar um país onde cada vez mais pessoas estejam assistidas e protegidas financeiramente em todas as fases da vida.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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