Allianz aposta no corretor, no digital e na recuperação da economia em “V”

“O Brasil vai apresentar um crescimento acelerado, marcado pelo represamento do consumo dos últimos meses”, afirmou o CEO Eduard Folch

Ao longo de 2021, continuaremos dando passos gradativos, porém, firmes no plano de integração das operações da Allianz e da SulAmérica Auto e Massificados, com destaque ao lançamento de produtos com novas coberturas, para atendermos às necessidades dos segurados e entregarmos ao canal de vendas e aos clientes ofertas e serviços com ainda mais qualidade. Com vantagens competitivas, estaremos focados na continuidade dos negócios e esperamos seguir crescendo acima do mercado, principalmente em Automóvel, Massificados e Vida.

Esse foi o recado dos executivos do grupo Allianz, ao comentarem os 100 primeiros dias da integração com a SulAmérica, negócio de R$ 3 bilhões divulgado em agosto de 2019 e concluído em agosto último. “Os estudos do grupo Allianz nos fazem acreditar na recuperação em “V”, isto é, após a forte retração, o Brasil vai apresentar um crescimento acelerado, marcado pelo represamento do consumo dos últimos meses”, afirmou o presidente da Allianz Seguros, Eduard Folch.

Ele afirma que o grupo tem a percepção de que alguns produtos terão seus desempenhos retomados e outros se destacarão no pós-pandemia. O seguro de automóvel será impactado pelo reaquecimento nas vendas de carros novos e também pela preocupação das pessoas com a saúde na hora de circular, privilegiando o transporte individual. “Inclusive já sentimos a retomada na consulta de preços para o seguro automóvel”, contou.

A percepção do setor é que a adoção em massa do home office fez com que o seguro residencial ganhasse fôlego, incentivado pela proteção dos equipamentos. Um movimento econômico que deve voltar a aparecer são as privatizações e concessões, indicando um crescimento no seguro de grandes riscos. Em contrapartida, o setor do agronegócio se mostrou sólido e recebeu alto investimento do governo, com subvenção recorde, o que impulsiona o crescimento das safras e, consequentemente, uma maior penetração do seguro rural. 

Quanto ao retorno das atividades presenciais, a forma híbrida, 60% 40% virtual e presencial é a tendência. “A aceleração digital foi muito significativa com a pandemia, algo que vinha em um ritmo intenso, mas foi antecipado de forma surpreendente”, afirmou Folch. O home office não facilitou a integração dos funcionários, pelo isolamento social, mas tecnologicamente os beneficios foram impressionantes, segundo ele.

Quem espera notícias sobre a volta ao escritório, seja porque quer voltar ou porque quer manter o home office, o grupo adotou como nível de seguridade de que não há volta se o país/cidade contabilizar mais de 100 mil habitantes infectados. O Brasil registrou nesta quarta-feira, dia 29, 510 novos óbitos em decorrência da Covid-19, o que eleva o total de mortes pela doença no país a 158.456, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Também foram notificados 28.629 novos casos da doença provocada pelo coronavírus, com o total de infecções confirmadas no país atingindo 5.468.270. O Brasil possui 4.934.548 pessoas recuperadas da doença e 375.266 pacientes em acompanhamento, segundo o ministério.

Folch cita duas razões para a adoção do modelo híbrido. O home office tem vantagens, como não perder tempo com deslocamento e isso melhorar a qualidade de vida das pessoas. Se a empresa tem um plano empresarial muito bem definido, as vídeos conferências são muito eficientes, mas prejudicam a criatividade da equipe, que muitas vezes é estimulada pela convivência social. “No futuro vamos ter uma mistura, com ferramentas online melhores e arquitetura mais aberta do escritório local”.

Em relação a segunda onda da pandemia na Europa, notícia que derrubou os mercados acionários ontem, ele disse ser algo que todos tem de aceitar e cumprir. “Estou curioso para ver uma análise desta pandemia e das acoes tomadas em cinco anos, com seus lados bons e nem tanto”, citou.

Um ponto comum na fala dos executivos neste cenário de forte competição do setor de seguros e de expectativa se a marca SulAmérica será mantida foi frisar a importância da marca do grupo, tida como uma das mais valiosas em todo o mundo. “A marca Allianz é uma das primeiras do mundo. A marca SulAmérica tem grande prestigio, mas aos poucos vamos deixar de utilizar a marca. Temos um processo de mudanças, lento mas firme. Mas é certo que no final a Allianz só irá operar com sua marca”, afirmou o CEO.

O presidente enfatizou que a Sulamérica trouxe conhecimento local para o grupo Allianz, além de canais de distribuição, tramitação de regulação de atendimento de indenizações, bem como um time ímpar de subscrição de automóvel. “Este conhecimento está sendo utilizado para outras unidades do grupo em outros países, o que traz ganho para nossa presença mundial”, afirmou Folch.

“A Allianz é um empresa que olha o longo prazo. O investimento do grupo Allianz, que faz de três a quatro aquisições por ano, é apostar no mercado de seguros no longo prazo. A cultura da empresa é focada na pluralidade, apostando nas pessoas que ajudam a construir a marca”, enfatizou diretor executivo comercial, Eduardo Dal Ri.

Um dos destaques da coletiva foi a integração dada corretor é atendido por um único gerente, com a união das duas áreas comerciais da Allianz e da SulAmerica. Segundo Dal Re, foi trabalhoso conseguir tal feito em 100 dias, com mais de 200 horas de atendimento para que o profissional pudesse atender bem o corretor com um portfolio amplo de produtos e serviços.

Nesses 100 dias de integração, o grupo priorizou tudo que possa facilitar a vida do corretor. Ou seja, produtos aderentes à realidade do consumidor, preços acessíveis e muita tecnologia para que todo o processo seja digital, simples e rápido. “Estamos investindo em melhorar a jornada do corretor e de seu cliente, para que ele tenha uma boa relação com a seguradora desde a cotação do seguro até o momento da solicitação de indenização”, afirmou David Beatham, diretor técnico.

Segundo ele, a prioridade é ofertar ao corretor produtos que facilitem o dia a dia, com preços acessíveis e rapidez tanto na cotação e no pagamento da indenização. “Para ser simples é preciso ser muito sofisticado. E isso que tenho visto aqui na Allianz. Somos líderes em condominio, extremamente sofisticado, mas que é calculado com apenas três perguntas. Essa é a filosofia do grupo. Em automóvel são sete perguntas. Sempre pensamos no simples quando o assunto é inovação”, reforçou Dal Ri.

David Beatham promete o lançamento de um seguro residencial compacto. “Compacto só no preço, pois tem coberturas amplas e preço acessível, com sistema totalmente digital”, contou. Segundo ele, o prêmio médio do seguro residencial é menor, o que as vezes não desperta o apetite do corretor, que tem um valor mais atrativo com a venda de automóvel. Então a Allianz busca facilitar o dia a dia para estimular que todos tenham uma boa experiência de consumo e assim conseguia aumentar as vendas por meio da venda cruzada, ou seja, a oferta do residencial para os cliente de automóvel.

As assessorias de corretores também foram destaque na conversa dos executivos com a imprensa. “Quando estudamos a compra da SulAmérica, conhecíamos a importância das assessorias no Rio de Janeiro, e isso foi muito valorizado na conclusão do negócio”, destacou Folch. A Allianz não trabalhava com as assessorias antes da aquisição. “Sabíamos da pluralidade do canal da distribuição da SulAmérica, o que contou pontos para a conclusão do mercado. Muito em breve, disponibilizaremos produtos da marca Allianz para as 70 assessorias que compõem hoje nosso grupo, não só automóvel, mas diversos produtos”, destacou Dal Ri.

Segundo Folch, o mercado segurador brasileiro passou a atuar em uma nova realidade diante da Covid-19 e as disrupções, sobretudo aquelas ligadas à digitalização, refletirão em 2021 e nos próximos anos. “Certamente, nós veremos adiante um setor mais eficiente, com ofertas simples, para facilitar as vendas dos parceiros de negócios e o entendimento e a compra por parte dos clientes; e também uma indústria com maior nível de digitalização na atuação do canal de distribuição, nos relacionamentos com parceiros de negócios e segurados, nos processos, nos produtos, nos serviços e nas experiências dos clientes com as seguradoras. A digitalização fará com que os corretores usem cada vez menos tempo em cotações e emissões de apólices e desempenhem papel de consultores para os consumidores”.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Ouça nosso podcast

ARTIGOS RELACIONADOS