A missão das empresas de seguros e previdência no debate sobre educação financeira

Icatu discute o tema durante encontro virtual promovido pela Época Negócios: companhias devem ‘vacinar’ brasileiros contra incertezas financeiras 

Fonte: Revista Época

Em 2019, o mercado nacional de seguros arrecadou R$ 270,1 bilhões, um aumento nominal de 12,1% em relação ao ano anterior, segundo a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg).

No primeiro semestre de 2020, o setor sofreu o impacto da pandemia e caiu 3,5% na comparação com o mesmo período de 2019. Mas, entre janeiro e junho, os planos de previdência VGBL cresceram 59,6%. Sinal de que a Covid-19 funcionou como um gatilho emocional e despertou nos brasileiros a preocupação com o futuro.

Para levar adiante essa tendência de momento e transformar o planejamento financeiro em um hábito dos brasileiros, é importante que as companhias do setor invistam em educação, conscientização e democratização do acesso a produtos de previdência e seguro de vida.

“Nossa missão é vacinar os brasileiros contra as incertezas financeiras do futuro. Somos um marketplace de previdência, com mais de 280 fundos e mais de 80 gestores. Lançamos praticamente um fundo por semana. Queremos construir um Brasil em que, cada vez mais, pessoas e famílias se sintam financeiramente protegidas em todas as fases da vida”, explicou Luciano Snel, presidente da Icatu Seguros, durante o debate virtual “Conhecimento & Ação: O papel das empresas em ensinar o brasileiro a fazer planejamento financeiro para a vida”, realizado no último dia 18.

Atendimento premium

O executivo conversou com Igor Mascarenhas, CEO e cofundador da Pier, insurtech de seguros para celulares e auto, e com Luiza Futuro, head de pesquisa na Chazz, onde vem aprimorando seus estudos dedicados a aproximar as disciplinas humanas da inteligência artificial.

Luiza lembrou que a tecnologia permite trabalhar com a segmentação, de forma a conhecer diversos públicos – “que não são apenas baixa, média e alta renda”. “Precisamos olhar para os 30% da população que não têm conta bancária, e que podem aprender a poupar ao ter acesso a produtos fáceis de utilizar”.

Nesse sentido, diz ela, as companhias podem ajudar a formar cidadãos com noções de educação financeira, na medida em que estimulem a falar de dinheiro, com linguagem acessível.

Para Igor Mascarenhas, a tecnologia criou um mundo em que esse desafio pode ser encarado: “antes você entregava atendimento de alto padrão para 20% dos clientes. Atualmente, você consegue entregar um nível de experiência premium para 100% de seus clientes”.

Com as ferramentas disponibilizadas pelas novas tecnologias, diz ele, é possível, por exemplo, pagar um seguro viagem para um cliente que perdeu o voo – e fazer o depósito antes mesmo de o consumidor solicitar o valor.

“Com o volume de dados a que temos acesso hoje, podemos inclusive ajudar os clientes evitar situações de sinistros. E, quando mesmo assim eles acontecerem, fazer os pagamentos em segundos”.

Inovação e arquitetura aberta

Luciano Snel lembrou que a Icatu investe em educação financeira, oferecendo, por exemplo, cursos on-lines e gratuitos em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, além de em uma comunicação mais próxima para desmistificar o segmento:

“Costumamos dizer que todas as pessoas deveriam fazer check-ups financeiros pelo menos uma vez ao ano, e estimulamos essas ações com cursos on-line e lives. O brasileiro acha que o seguro de vida custa três vezes mais do que de fato é seu preço, quando na verdade, do ponto de vista da segurança financeira, a combinação da previdência com o seguro de vida é uma solução muito poderosa”.

Entre as ações desenvolvidas pela Icatu está o Laboratório de Inovação, que utiliza o modelo mental do design para atender às necessidades dos clientes e criar soluções a quatro mãos com parceiros. Além disso, o portal de APIs desenvolvido pela empresa é referência no mercado, plugando fintechs, plataformas digitais e demais parceiros na construção de produtos customizados.

A companhia também se utiliza de um modelo de arquitetura aberta para complementar o portfólio de previdência privada, o que permite uma maior diversidade de fundos e ativos para todo tipo de investidor.

O resultado desse trabalho é expresso em números: em 2019, a Icatu é líder entre as seguradoras independentes e alcançou lucro de R$ 320 milhões, crescimento de 18% em relação ao ano anterior.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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