Prêmio Valor Inovação Brasil 2020: Amil

SulAmérica, Liberty Seguros, MAG Seguros, Sompo Seguros e Amil foram as vencedoras. Saiba como elas têm inovado

SulAmérica, Liberty Seguros, Sompo Seguros, MAG Seguros e Amil foram as vencedoras da 6ª edição do Prêmio Valor Inovação Brasil 2020, a mais relevante publicação de inovação do país produzida pelo jornal Valor Economico e a Strategy&, consultoria estratégica da PwC. Competências do Futuro foi o tema da pesquisa deste ano.

O blog Sonho Seguro entrevistou as empresas vencedoras. Acompanhe as principais ações das companhias, que fizeram delas as vencedoras deste ano. Liberty, Sompo, SulAmérica e Amil já venceram edições anteriores. A MAG Seguros faz sua estreia na premiação 2020.

O que ficou claro é que seguradoras que já eram digitais cresceram acima da média durante o confinamento. As que estavam no meio do caminho aceleraram o processo de digitalização, viraram multicanais e passaram a transitar com mais facilidade entre o mundo offline e o online. Com os escritórios de vendas fechados, a saída foi apostar no treinamento dos corretores para as vendas online, que cresceram significativamente desde março, quando o confinamento foi decretado pelo governo como forma de conter a pandemia.

Leia a entrevista com diretor de Inovação e Estratégia da Amil, Eduardo Reis Maia, a quinta do ranking da 6ª edição do Prêmio Valor Inovação Brasil 2020:

Qual o percentual da receita direcionado para inovação?

Este percentual não é divulgado externamente.

Conte um pouco da linha estratégica de inovação na sua empresa.

A estratégia de inovação está entre as cinco maiores prioridades da empresa e é um dos nossos valores corporativos. Metade do nosso investimento é rotineira, para aprimorar bens, serviços, tecnologias e/ou processos já existentes, dentro do mesmo modelo de negócio, como novas versões de um produto ou de um processo produtivo. Também investimos em soluções disruptivas voltadas para novos modelos de negócios, mas não necessariamente novas tecnologias.  Outra vertente de investimentos são inovações arquitetônicas, voltadas para alterações revolucionárias em tecnologia e no modelo de negócios como, por exemplo, as parcerias de Accountable Care Organizations – que são uma intervenção estruturada no ecossistema da saúde.

Conte como a  pandemia e o home office impactou esta área da empresa.

Em 4 semanas, mais de 80% da nossa força de trabalho não-clínica – cerca de 6.600 colaboradores, incluindo os da área de Inovação – foi transferida para home-office, mantendo todos os níveis de serviço. Ferramentas que permitem reuniões remotas e apresentações virtuais nos ajudaram a manter nossa rotina e nossos níveis de serviço e minimizaram impactos negativas que o afastamento social causado pela pandemia poderia resultar à área de Inovação e à empresa em geral. Investimos na ampliação da telemedicina para os nossos 3,5 milhões de clientes e também em eventos virtuais para manter o relacionamento com nossos diversos públicos.

Quais as estratégias adotadas para manter os projetos de pesquisa e desenvolvimento mesmo em um cenário tão adverso.

A empresa usa a estratégia de Open innovation (“Inovação Aberta”), onde o processo de inovação é feito, principalmente, em colaboração com agentes externos, como parceiros, colaboradores e usuários, entre outros. 

Como se dá a criação de novos produtos, processos e estruturas?

A estratégia de inovação da empresa é alinhada às demais estratégias da empresa. Incentivamos o desenvolvimento de tecnologia e inovação em toda a nossa cadeia produtiva, desde os nossos fornecedores até os consumidores finais. Buscamos entender profundamente as necessidades dos clientes para desenvolver nossas inovações. Para criação de inovações, costumamos usar ferramentas como sessões de brainstorming; compartilhamento de conhecimentos entre diferentes departamentos ou unidades de negócio da empresa; busca de ideias e tecnologias no ambiente externo, como universidades e centros de pesquisa; e também realizamos parceiras com empresas aceleradoras de inovação. Para identificar as necessidade dos clientes e do mercado, fazemos a utilização frequente de grupos focais e de ferramentas de Big Data e de Analytcs. Também realizamos avaliações em mídias sociais em busca de ideias e pesquisas de análise de mercado. Interações e observações da rotina dos clientes, utilização de consultorias e realização frequenta de benchmarks de competidores e negócios similares são outras formas de pesquisa que usamos. Após a geração das ideias, seguimos processos estruturados (em mix entre aplicações Agile e a tradicional gestão de projetos waterfall), com etapas claras de aprovação e prazos e metas bem definidos para cada uma delas, que são acompanhadas pela alta gestão. Promovemos feedbacks entre as etapas da cadeia de inovação e avaliações de risco e buscamos realizar uma prototipagem rápida.

Leia a matéria completa no portal do Valor.

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Quais os lançamentos bem-sucedidos? Detalhe dois exemplos.

Desenvolvemos um modelo de remuneração a prestadores de serviços médicos de diferentes especialidades, o Accountable Care Organization (ACO). Hoje, a maior parte dos planos de saúde do Brasil realiza o pagamento aos prestadores de serviços pelo modelo fee for service, ou pagamento por serviço, que estimula a realização de grande volume de procedimentos, podendo estimular os desperdícios de recursos médicos. O ACO, por sua vez, é um modelo de remuneração em que a operadora faz parceria com um grupo de prestadores em uma região específica, que passa a atuar como rede credenciada na área. É atribuído a esse grupo de prestadores um determinado número de beneficiários a serem tratados. Então o prestador recebe um orçamento, calculado dentro de uma lógica de precificação e com um teto preestabelecido, respeitando critérios epidemiológicos e técnico-científicos que são replicáveis. Esse orçamento em saúde (como a exemplo de países da comunidade europeia) é gerido pelo grupo de prestadores. Ou seja, o prestador passa a receber um valor fixo para cuidar daquele grupo de clientes, independentemente do volume de procedimentos e consultas realizados. A intenção é estimular a preocupação com a prevenção de doenças e com o melhor resultado clínico, ao mesmo tempo que permite mais previsibilidade ao plano de saúde. Um projeto em que a Amil que usou como esse o conceito é o ACO de especialidades, realizado em parceria com prestadores locais de serviços para gerir a saúde populacional de uma determinada região geográfica, com agregação de “valor em saúde”. Voltado para a medicina de evidência e a remuneração baseada em valor, tem como ideia central a distribuição dos cuidados em saúde de acordo com as necessidades de cada local. Outro modelo que segue as premissas,  foi escolhido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) como protótipo de remuneração por valor com a finalidade de “contribuir de forma determinante para sustentabilidade do setor”.

Quais os principais projetos em desenvolvimento?

·        Desenvolvimento de produtos tailor made para grandes corporações;

·        Ampliação dos modelos de ACO em sistemas de saúde, incorporando tecnologia da informação (Ex: Big Data e Analytics)  para mensurar desfechos de valor ao usuário final;

·        Otimização os processos de Telemedicina;

·        Desenvolvimento de capacidades para gerenciamento de densidade digital.

Como avalia a maturidade dos processos de inovação e a implantação de uma cultura voltada para essa área?

Os processo de inovação da empresa são estimulados e passam constantemente por reavaliações para buscar oportunidades de melhoria. Possuímos políticas de Open Innovation, co-criação com players do mercado, gerenciamento de propriedade intelectual e de apoio ao desenvolvimento estruturado de inovações. Como qualquer grande corporação, existe sempre o desafio do gerenciamento entre o desenvolvimento de algo inovador que pode contrapor a rotina do dia-a-dia.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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