Porto Seguro entra no segmento de serviço de saúde popular

Ao pagar R$ 19,90 por mês usuário tem acesso a consultas físicas ou remotas e psicoterapia por até R$ 100

Fonte: Revista Exame

A Porto Seguro lança nesta segunda-feira, 21, um serviço de assinatura para consultas e exames que irá custar R$ 19,90 por mês. Chamado de “Porto Cuida’, o serviço, que inclui o titular e dois dependentes, sem a necessidade de grau de parentesco, oferece descontos em consultas (físicas ou remotas), exames, terapias e medicamentos. Na assinatura já está incluso quatro atendimentos por telemedicina ao ano por vida, serviço oferecido pela rede Teladoc.

Com o novo serviço, a empresa busca atingir a parcela crescente de brasileiros que não têm um plano de saúde, seja por conta da crise econômica que persiste no país como por causa de custos cada vez mais altos da proteção. Atualmente os preços altos do seguro-saúde inviabilizam o acesso a planos individuais para quem perde o emprego e, consequentemente, o plano de saúde corporativo,

O grupo segurador já oferece planos de saúde corporativos no segmento de empresas de grande porte e também para PMEs em São Paulo e no Rio de Janeiro. O novo serviço é uma forma de expandir essa atuação, diz Marcelo Picanço, vice-presidente de Seguros da empresa.

Picanço explica que a pandemia apenas acelerou esse processo. “O produto não é um seguro ou um plano de saúde: seu objetivo é facilitar o acesso a serviços médicos, que ganham relevância atualmente. Hoje, 3/4 da população brasileira não tem um plano de saúde e precisam de orientações sobretudo sobre a covid-19.”

Ou seja, o Porto Cuida quer ser um serviço complementar ao SUS. “A rede pública atende bem, mas o problema é que o atendimento é burocrático e o tempo de espera é longo. O processo de orientação aos usuários do sistema ainda é muito manual”, explica o executivo. “Buscamos oferecer um serviço digital de orientação em um momento no qual as pessoas buscam evitar o ambiente hospitalar.”

É a primeira grande companhia a entrar em um segmento dominado por pequenas redes. A empresa aposta na força de sua marca para atrair atenção para o serviço, e diferente de concorrentes, o objetivo não é oferecer uma rede própria de atendimento, mas parcerias que já tem em seus planos de saúde.

Uma delas é a DaVita Serviços Médicos, que comprou, em 2018, a rede própria de clínicas da Porto Seguro. “Desde então decidimos que não queremos competir em tijolo, carregar ativos como imóveis”, explica Picanço.

O usuário do serviço poderá realizar consultas em 70 clínicas na capital e grande São Paulo, a maioria estabelecimentos que já pertencem à rede referenciada dos planos de saúde da empresa. As consultas nos parceiros incluem 50 especialidades e custam de R$ 50 a R$ 100.

Com relação a exames, são mais de mil tipos disponíveis e há uma maior variação de preços, dependendo da complexidade. O destaque da rede do serviço é a parceria com laboratórios da rede Lavoisier. Para medicamentos, os descontos podem chegar a 70% em parceiros como DrogaRaia e Drogasil. Já no caso de atendimento psicológico a empresa tem parceria com a rede Psicologia Viva, que cobra R$ 49 por sessão.

A contratação pode ser feita de forma digital pelo site ou direto com um corretor de seguros e não há período de carência. No futuro, a ideia é expandir o serviço para outras cidades, prioritariamente onde a empresa já atua no segmento de saúde: a região Sudeste. Serviços de assinatura com maior valor agregado também estão no radar. “A ideia é oferecer um serviço cada vez mais completo, que possa incluir procedimentos hospitalares, mas que continue mais acessível do que um plano de saúde.”

O serviço é mais um passo do grupo para diversificar sua atuação, uma tendência mundial entre as seguradoras. Além de seu core business, a Porto Seguro já atua no segmento de cartões e também em serviços financeiros, como financiamento de veículos. Recentemente, a empresa também lançou um serviço de assinatura para aluguel de veículos, o Carro Fácil.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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