Mais acesso na saúde suplementar ajuda a desonerar o SUS

Em live promovida pela Revista Apólice, diretora executiva da FenaSaúde sugere maior oferta de planos individuais e nova segmentação de cobertura

A ampliação do acesso à saúde suplementar pode ser benéfica para todo o sistema de saúde, inclusive o SUS. Por isso, aperfeiçoamentos que aumentem a oferta e facilitem a aquisição de um plano ou seguro de saúde por famílias e empresas, como vem defendendo a FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), precisam estar na agenda do país no pós-pandemia.

“Precisamos trazer mais usuários para a saúde suplementar e desonerar o SUS. Cada paciente que se vale do sistema particular para tratamento deixa aberta uma vaga para quem só tem o sistema público a que recorrer. Logo, mais saúde suplementar é bom para todos. Nossa agenda é ampliar o acesso com a maior oferta de planos individuais e novas segmentações de cobertura que façam mais sentido para o beneficiário”, defendeu a diretora executiva da FenaSaúde, Vera Valente, durante a live “O mercado de seguros no pós-pandemia”.

Realizado nesta quarta-feira (2), o evento integrou as comemorações pelos 25 anos da Revista Apólice e também contou com a participação da advogada e professora Angélica Carlini. A mediação foi da jornalista Kelly Lubiato.

Vera ressaltou que o desempenho do setor de saúde suplementar, assim como muitos outros segmentos, está estritamente ligado à oferta de emprego e renda. Com a crise econômica agravada pela covid-19, o desafio é se preparar para um cenário com maior demanda por saúde, queda de renda e do emprego formal e menor capacidade do Estado de atender a população por meio do SUS. 

“Mesmo antes da pandemia, já vínhamos defendendo o aperfeiçoamento regulatório do setor, de maneira a adequar o mercado às condições econômicas do país e à capacidade financeira das famílias e das empresas. Entre as propostas apresentadas, e agora reforçadas, estão maior segmentação, com mais modalidades de cobertura além dos planos referência, hospitalar e ambulatorial; novos modelos de franquias e coparticipação; e mais liberdade para a comercialização de planos individuais, com regras mais competitivas para preços e reajustes”, esclareceu.

A diretora executiva da FenaSaúde também defendeu a adoção de novos modelos de remuneração com base em valor e não só no chamado fee for service,que paga por volume de serviços realizados.“Precisamos fazer a transição para modelos de remuneração baseados em evidências e na geração de valor, ou seja, melhores resultados para os pacientes e menores custos para o sistema. É preciso mudar o foco: de quantidade para desempenho e resultados”.

Além disso, a FenaSaúde vem propondo, e o novo coronavírus reforçou, a necessidade de maior ênfase na atenção primária, maior prevenção e menor uso de hospitais. “A pandemia mostrou que nem sempre é preciso estar no ambiente hospitalar. A telemedicina também ajudou e veio pra ficar porque trouxe acesso seguro ao paciente”, avaliou a diretora executiva da entidade.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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