Artigo: Por um microsseguro inclusivo

por Solange Beatriz Palheiro Mendes, diretora da CNseg

Nesta semana, o time internacional de economistas da Euler Hermes, especialista em seguro de crédito, divulga um novo estudo a respeito das políticas monetárias em 16 Mercados Emergentes (MEs), constatando que a sustentabilidade da dívida e a inflação são os maiores riscos no curto prazo, especialmente para o Brasil, Costa Rica, Índia, Turquia e Hungria.

De acordo com o estudo, com o pânico gerado entre os investidores no início da pandemia, em março, os MEs sofreram saídas de capital líquidas sem precedentes (-USD 84 bilhões, excluindo a China), causando saltos dramáticos nos rendimentos dos títulos do governo. Nesse contexto, 16 bancos centrais de mercados emergentes anunciaram que estavam prontos para realizar compras de títulos do governo, se necessário.

Como resultado desses programas de compra de títulos, os rendimentos dos títulos do governo de longo prazo na amostra de MEs diminuíram em -48pb em média no final de abril em comparação com o final de março.

Segundo os economistas, apesar dos benefícios de curto prazo, se buscados intensamente, esses programas de flexibilização dos países emergentes podem causar sérios problemas no médio e longo prazo, como inflação excessiva e excesso de endividamento.

Quais mercados emergentes enfrentam o maior risco de sustentabilidade da dívida?

Entre os 16 países analisados, Brasil, Costa Rica, Índia, Colômbia e Croácia apresentam o maior risco de endividamento, tendo o Brasil com a pior classificação na Pontuação de Risco de Sustentabilidade da Dívida da Euler Hermes, devido à sua dívida pública muito elevada e aos títulos de dívida do governo mantidos pelo Banco Central.

Além disso, o relatório aponta que os governos do Brasil, Tailândia, Índia, Turquia, Indonésia e Malásia devem efetuar o pagamento de mais de USD 50 bilhões de dívida pública até o final de 2022.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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