ARTIGO: Os impactos da Covid-19 no mercado de seguros

Por Ana Rita Petraroli, sócia-fundadora do Petraroli Advogados

A pandemia da Covid-19 impactou todos os setores, fato. A forma de trabalhar mudou, as relações comerciais precisaram ser renegociadas, sistemas de contratação sofreram alterações e inúmeras outras questões vieram à tona nos últimos meses. Com o mercado de seguros não foi diferente. As seguradoras viram-se obrigadas a se adaptar rapidamente e enfrentar inúmeros desafios, como os impactos financeiros – assim como ocorreu com a economia mundial -, e a desregulamentação das leis. Novas ações precisaram ser incorporadas de forma imediata nas operações das companhias, tendo o peso das decisões do governo de obrigatoriedade de cobertura para exames, tratamentos e mortes em decorrência do novo coronavírus. 

O maior gargalo para um seguro de pandemia é encontrar uma solução viável tanto para o segurado quanto para a seguradora. Os altos investimentos em tecnologia para permitir atendimentos on-line, trabalhos home office – juntamente com o marco regulatório em andamento e a revogação da MP 905 – forçou a atuação digital dos corretores, em prol da população, em especial, neste momento. 

Nesse sentido, vale ressaltar o posicionamento da Superintendência de Seguros Privados (Susep) em relação à desregulamentação do setor de saúde, que deve funcionar como um alicerce de crescimento para empresas e grandes segmentos de proteção ao cidadão. Afinal, desregulamentar e desburocratizar o setor, aumentar a competitividade, garantir a segurança jurídica e tornar o seguro um produto simples são os caminhos para a acessibilidade do indivíduo. 

O mercado de seguros permanece resiliente neste presente crítico e responde prontamente aos obstáculos impostos pelo coronavírus, acolhendo os riscos decorrentes da pandemia. Diante disso, terão desvio na sinistralidade os seguros de benefícios de saúde suplementar e vida; produtos dos segmentos de danos e responsabilidades; e seguros pessoais. 

Encontrar mecanismos eficientes de custeio de toda essa operação é uma necessidade atual. A preocupação com a sociedade é natural, e louvável, mas a balança precisa estar nivelada para todos os lados que sofrem com esse acontecimento inusitado que estamos vivendo. O mercado segurador requer uma nova mentalidade diante da pandemia para não correr o risco de colapsar. O momento é singular para todos: o cidadão, as operadoras e, até mesmo, para os órgãos reguladores. 

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

1 COMENTÁRIO

  1. Meu nome é Gercilei Basílio e acho que alguém tem que fazer algo em relação ao seguro auto! As seguradoras convencionais perderam grande parcela do mercado para as chamadas associações ou cooperativas cujo o produto é uma porcaria e conheço inúmeras pessoas prejudicadas pelo péssimo atendimento e pele falta de regulação de orgam específico.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Ouça nosso podcast

ARTIGOS RELACIONADOS