Entre as homologadas pela Susep estão para fazer o registro das apólices: B3, Central de Recebíveis (Cerc) e CSD
A semana começa cheia de expectativas na política, economia e setor de seguros. O presidente Jair Bolsonaro apresenta o Pacto Federativo, que deve incluir a CPMF digital para desonerar a folha de salários e financiar o novo programa de renda mínima. Temos a divulgação de diversos indicadores que impactam a atividade de seguros como o IGP-M de setembro, na terça-feira, com expectativa de apresentar a maior taxa em 18 anos, em 4,42%, segundo pesquisa Broadcast. Também amanhã, saem as contas do Governo Central de agosto e, na quarta, os dados consolidados do setor público. Na quarta, a Pnad Contínua do trimestre até agosto sinalizará dados do emprego. Na quinta temos os dados fechados da produção industrial de agosto e da balança comercial de setembro, que impactam as projeções do PIB, cuja variação em 2020 subiu pela terceira semana consecutiva, de -5,05% para -5,04%, no Boletim Focus, do BC, divulgado nesta segunda-feira.
Uma notícia já prevista, porém preocupante para o setor, vem da manchete do Estadão: “Impacto da pandemia tira até um quarto do rendimento dos trabalhadores no País”. Dados do IBGE mostram que prejuízo foi maior para os empregados que não chegaram a completar o ensino médio; na média para todas as escolaridades, a perda de renda obtida pelo trabalho era de 17% até junho, antes da flexibilização da quarentena. Com menos dinheiro no bolso, consumidores podem deixar de comprar seguros, investir em planos de Previdência e ainda ter de sacar recursos.
Em seguros, a semana começa com o tema Sistema de Registro de Operações (SRO), um tema que tem gerado um grande corre corre nos bastidores das companhias. A partir de novembro, as apólices serão objeto de registro, instrumento por meio da qual a Superintendência de Seguros Privados (Susep) pretende ampliar a capacidade de supervisão e, ao mesmo tempo, organizar uma massa de dados para viabilizar novos modelos de negócios. Por enquanto, três empresas disputam as seguradoras, que ainda relutam em escolher com quem compartilhar seus preciosos dados. Entre as homologadas pela Susep estão para fazer o registro das apólices: B3, Central de Recebíveis (Cerc) e CSD. A B3 já conquistou Pottencial e Newe Seguros.
O Valor informa que, sem recursos para investir em tecnologia de ponta, a Susep pretende usar as câmaras registradoras como peças-chave para ampliar e aprimorar o trabalho de supervisão do setor. O modelo se inspira no Banco Central, mas vai além do que foi adotado pelo “primo rico” para o monitoramento dos mercados financeiro e de pagamentos. Nos dois casos, as registradoras são, tecnicamente, auxiliares de supervisão. A grande diferença é que, na Susep, o registro deve se tornar a espinha dorsal do sistema de prestação de contas das seguradoras ao regulador.
No sistema em uso atualmente, o regulador recebe os dados com defasagem de um mês e num formato pouco amigável. “Hoje, há uma situação em que temos os dados, mas não as informações”, afirma a superintendente da Susep, Solange Vieira.
A adoção do SRO começa em novembro no seguro garantia, e se estende ao longo de três anos, partindo dos grandes riscos até os ramos massificados. Nesse período, a intenção da Susep é ir desligando o FIP, sistema por meio do qual recebe informações das empresas atualmente.
A CNSeg considera a adoção do registro positiva, já que vai melhorar a capacidade de supervisão da Susep e o controle de riscos. No entanto, o presidente da entidade, Márcio Coriolano, enumera ao Valor algumas preocupações. Uma delas é com a preservação do sigilo das informações pelas credenciadoras, que, segundo ele, são agentes privados introduzidos na regulação. “Informação é o maior ativo de uma seguradora”, afirma. Outra questão é que, até agora, não está claro quais dados serão solicitados das empresas, diz Coriolano. Por ora, a Susep só deu essa definição para o seguro garantia. O presidente da CNSeg argumenta que, sem isso, fica difícil saber se de fato haverá redução no custo de observância sob o novo sistema, como alega o regulador.
Orçamentos 2021 – Os executivos de seguros estão debruçamos no desenho do orçamento para o ano que vem, que ainda não mostra sinais claros de retomada da economia e nem sobre o controle da pandemia no Brasil e no mundo. No entanto, arriscam algumas estratégias, como entrada em novos nichos de mercado, disputa por corretores qualificados e também na comunicação eficiente com stakeholders, principalmente com acionistas e consumidores.
Sandbox – Todos aguardam com grande expectativa quem serão as insurtechs classificadas para o teste monitorado realizado pela Susep. Apesar de fontes da Susep informarem que será em “breve”, ou seja, nesta semana, a aposta é que a divulgação ocorra somente na próxima semana, próximo do dia 15.
Dados de setembro – Nesta semana, as seguradoras já terão os dados estatísticos de vendas e indenizações do mês de setembro. Pelos indicadores monitorados dia a dia, a expectativa é de aumento das vendas em setembro, diante de agosto, porém ainda abaixo do resultado obtido em mesmo período do ano passado. A conferir. Em relação a dados oficiais do setor, o próximo mês a ser divulgado é agosto. Julho foi divulgado em 11 de setembro.
DPVAT – As acionistas da Seguradora Líder, que administra o Consórcio DPVAT, tem até o dia 2 de outubro para decidirem se permanecem como acionista em 2021. Devemos ver algumas baixas nesta semana, como foi o caso da Porto Seguro e Itaú na última sexta-feira.
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