O jornal Valor Econômico traz o tradicional anuário Valor Financeiro Seguros, antes como revista, agora em formato tabloide. As matérias traçam um raio X dos principais produtos vendidos pelo setor. Os textos no digital são apenas para assinantes. A íntegra das matérias pode ser lida no jornal impresso, vendido em bancas nesta terça-feira.
Cenário – A indústria de seguros iniciou 2020 com motivos para comemorar. O avanço nominal de 12,1% nas receitas em 2019 emulava o desempenho do período 2009-2014, em que crescimentos anuais de dois dígitos eram comuns. No ano passado, o setor surfou a onda de uma economia que, embora com a força de uma marola, saiu do buraco da recessão que teve início em meados da década, incentivado pelo bom desempenho de ramos como vida e previdência. A expectativa para 2020 era, se não repetir o desempenho, ao menos entregar resultados bem próximos a isso. Abril, o primeiro mês “cheio” da quarentena, foi considerado um dos piores da história recente do segmento. Houve aparente melhora em maio, com crescimento de 11,4% na arrecadação sobre abril, mas os números precisam ser relativizados, na opinião de Marcio Coriolano, presidente da CNseg. “Em grande parte isso foi influenciado pelos produtos previdenciários. Sem PGBL e VGBL, haveria queda de 2,3%.” Leia mais
Indicadores – Os balanços das seguradoras no primeiro semestre captaram os impactos da covid-19 sobre o setor de maneiras distintas. Com diferenças pontuais relacionadas ao mix dos negócios, as empresas reportaram menor arrecadação em prêmios em algumas linhas, mas compensaram as perdas com a redução atípica do índice de sinistralidade em ramos como automóveis e saúde em decorrência das medidas de isolamento social. Há um ponto em comum, entretanto, que foi refletido nas demonstrações de muitos grupos: a piora nos resultados financeiros. Leia mais
Competição – A diversidade de investidores que buscam informações sobre o mercado de seguros impressiona, ainda mais depois das restrições de circulação impostas pela covid-19. Eles estão interessados em saber como a tecnologia, a demanda dos clientes por proteções mais aderentes à realidade e as insurtechs mudam a cara do mercado e de que forma a concorrência tem se comportado. Leia mais


Inovação – A inovação começou a tomar conta, embora com atraso, do mercado segurador brasileiro. De um lado, há o avanço acelerado das insurtechs, startups que oferecem novas soluções e plataformas para o setor. Do outro, a corrida de grandes seguradoras para melhorar a experiência dos clientes. O discurso corrente é de parceria entre gigantes e novatas. Em comum, as empresas querem oferecer produtos mais digitais, simples e flexíveis. É uma demanda do novo consumidor, que busca uma contratação fácil e rápida. Leia mais
Corretoras – A tendência de fusões e aquisições entre as grandes corretoras de seguros tende a se intensificar, com impactos significativos no Brasil. Em março a Aon, segunda maior corretora do mundo, adquiriu a terceira maior, a Willis Towers Watson, em um negócio de US$ 30 bilhões que ainda precisa ser validado pelas agências de defesa econômica dos vários países em que atuam. Leia mais
Previdência – O ano de 2020 ficará marcado não só pela pandemia, mas pelos chacoalhões nas aplicações financeiras e pelo teste de nervos dos investidores. Na indústria da previdência privada não foi diferente. A captação líquida negativa nos meses de março e abril foi atípica e não acontecia desde julho de 2013. Foi um efeito direto da alta volatilidade nos mercados por conta da instabilidade, o que resultou em fuga de recursos. Em março, o saldo entre entradas e retiradas dos planos de previdência foi negativo em R$ 2,4 bilhões, e em abril, em R$ 1,5 bilhão. Leia mais
Saúde – A pandemia embaralhou as variáveis da equação que sustenta o sistema brasileiro de saúde suplementar, e as operadoras de planos de saúde e empresas de seguros de assistência à saúde têm enfrentado obstáculos para fazer essa conta fechar. A questão central é a acelerada diminuição da quantidade de beneficiários, que afeta em cheio as receitas. Leia mais
Capitalização – O impacto no setor de capitalização causado pelo distanciamento social, bastante acentuado em abril, começou a arrefecer em maio e melhorou em junho. Confirmou assim a tendência observada pelas empresas do setor: o poupador não correu para antecipar os resgates. Ao contrário, pagou normalmente as parcelas dos títulos. No acumulado até maio, a receita atingiu R$ 8,8 bilhões, com recuo de 7% em comparação aos mesmos meses do ano passado. Em maio, o faturamento foi de R$ 1,6 bilhão, mas em junho subiu para R$ 1,8 bilhão, segundo Marcelo Farinha, presidente da FenaCap. Leia mais
Resseguro – Especialistas da área de resseguros projetam que a recuperação de parte das perdas decorrentes da covid-19 deve ocorrer já no próximo ano. O pano de fundo para o otimismo no Brasil, em 2021, é o volume de grandes obras necessárias ao país e novas regras em andamento para configurar um setor aberto, dinâmico e com operações no mercado de capitais para atrair investidores de fora. Leia mais
Automóvel – A queda de 5,86% nos prêmios de seguro automotivo emitidos no primeiro semestre, frente a igual período de 2019 é fruto de um esforço enorme das seguradoras para manter as renovações, já que o fechamento das concessionárias praticamente zerou a entrada de novos veículos na base. Os apelos incluíram manutenção ou redução no preço das apólices, parcelamentos em dez vezes sem juros, prorrogação do bônus por 60 dias para quem não conseguia renovar e um reforço nas estratégias para a oferta de produtos mais enxutos. O que ajudou nos resultados foi a sinistralidade, em queda. Leia mais
Vida – No primeiro semestre, as seguradoras de vida pagaram R$ 5,3 bilhões em indenizações, 7,4% acima do valor registrado em igual período do ano passado. Neste valor estão benefícios para famílias que acionaram o seguro por morte, para despesas com funeral, para pagar prestações atrasadas de financiamentos e de colégios por desemprego ou reembolso de despesas por viagens canceladas. Leia mais

Residência – Dois movimentos opostos levaram o mercado de seguros residenciais a um equilíbrio. Por um lado, a covid-19 impulsionou o home office e muitas pessoas buscaram proteger seus lares, que agora assumem a função de escritórios, garantindo assistência a equipamentos domésticos e de informática. Por outro, o desemprego levou a uma significativa redução na renovação de contratos. Os entrantes compensaram em igual medida a saída de clientes. O resultado foi uma estabilidade na arrecadação de prêmios, que totalizou R$ 1,5 bilhão no primeiro semestre, volume idêntico ao registrado em igual período de 2019. Leia mais
Agro – As seguradoras definem estratégias para aumentar a presença no mercado de seguros agrícolas, que cresceu de forma significativa nos últimos anos com o incremento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). O desembolso para contratação de apólices saltou de R$ 480 milhões em 2019 para quase R$ 995 milhões este ano (+107%), e será de R$ 1,3 bilhão em 2021. Leia mais
Alta Renda – Uma breve listagem das possíveis coberturas de seguros pode dar uma ideia das demandas de proteção do público informalmente classificado como “alta renda”, formado por pessoas pertencentes à classe A. Um praticante amador de golfe, se quiser, pode contratar um seguro para reembolso dos gastos com a eventual comemoração do que no esporte se conhece como “hole in one”, ou seja, colocar a bolinha num buraco numa única tacada. Caso o jardim de uma residência de alto padrão seja atingido, por exemplo, por incêndio, vandalismo ou vendaval, um seguro pode cobrir as despesas de reparo de paisagismo. Perda total, roubo ou furto de embarcação por ocasião de participação em competição de pesca também podem ser cobertos por um seguro. Leia mais
Seguros Financeiros – Modalidades de apólices que protegem executivos, empresas, profissionais liberais e acionistas em casos de processos na justiça, fraudes ou problemas na emissão de ações estão ganhando mercado. Segundo levantamento da FenSeg, somente os prêmios diretos em D&O totalizam R$ 396 milhões em 2020, no acumulado até junho, um avanço de 74,9% em relação ao mesmo período de 2019, quando somou R$ 226 milhões. É a maior alta no ramo de responsabilidades, perdendo apenas para riscos cibernéticos (115%) e acima de riscos ambientais (27,1%). Para se ter uma ideia, entre 2018 e 2019, o salto no volume de prêmios atingiu 36,3%, de R$ 443 milhões para R$ 603 milhões. Leia mais
Riscos Cibernéticos – Apesar de modesto em volume, o seguro cibernético cresceu 115% no primeiro semestre sobre o mesmo período de 2019, atingindo R$ 18 milhões em prêmios. Em 2019, o resultado anual foi de R$ 21 milhões. A aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o número de ataques cibernéticos com prejuízos milionários estimularam o interesse das empresas. Este ano, o aumento do perímetro suscetível a ataques com o home office e a digitalização a toque de caixa aumentaram a necessidade de proteção. Leia mais
Seguro Transporte – Um clima de expectativa e de incerteza afeta o mercado de seguro de transportes. Embora haja previsão de queda em torno de 10% nos negócios este ano, as companhias do setor ainda esperam uma retomada do consumo nos próximos meses para minimizar os efeitos da crise. Os resultados entre janeiro e abril apontam retração de 4,08% na emissão de prêmios (R$ 1,025 bilhão) e evolução de 5,97% nos sinistros (o pagamento em indenizações somou R$ 680,1 milhões) na comparação com igual período de 2019. Leia mais
Afinidades – Os efeitos da pandemia atingiram em cheio a venda de seguros ligados ao varejo, em especial o garantia estendida, uma das principais fontes de renda das seguradoras. Por ser um produto vendido principalmente em loja física, teve que contar com o e-commerce, que apesar do crescimento a partir de março foi insuficiente para manter a performance do produto em anos anteriores. Segundo dados da Susep, o volume de prêmios do primeiro semestre teve queda de 22,04% comparada ao mesmo período do ano passado. Em valores, a arrecadação caiu para R$ 1,237 bilhão, ante R$ 1,586 bilhão em 2019. Leia mais
Microsseguros – Lançado em 2013, o microsseguro não correspondeu às expectativas do setor, que estimava um público-alvo de até 100 milhões de pessoas, que estariam dispostas a pagar tíquetes médios entre R$ 7 e R$ 10 mensais para coberturas de vida, residência, auxílio funeral e invalidez, entre outras situações. Segundo dados da Susep, as vendas dos diversos tipos de microsseguros no primeiro semestre registraram uma queda de 23,52% em relação ao mesmo período do ano passado. Para Jose Varanda, coordenador de graduação da Escola de Negócios e Seguros (ENS), a causa foi a perda de renda das classes D e E. “O público de baixa renda entendeu que o microsseguro era uma despesa e não uma proteção para momentos de crise”, explica. Leia mais