Rede D’Or contrata bancos para IPO previsto em R$ 15 bilhões, informa O Globo

Fonte: O Globo

A Rede D’Or, maior grupo hospitalar do país, contratou bancos para realizar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) e estrear na Bolsa de Valores. Segundo três fontes a par dos planos da companhia carioca, a empresa de Jorge Moll Filho escolheu o Bank of America (BofA) para liderar uma captação inicialmente estimada em cerca de R$ 15 bilhões ainda em 2020. Caso o negócio se concretize, será a maior transação da modalidade, em um ano especialmente movimentado para IPOs. A informação foi antecipada pela coluna Capital, no site do GLOBO.

Segundo as fontes, que preferiram não ser identificadas porque as informações ainda não são públicas, a maior parte da oferta seria do tipo secundária ou seja, sem a emissão de novas ações. Isso permitiria que o fundo de participações americano Carlyle se desfizesse de parte substancial da fatia do grupo que adquiriu em 2015.

Não está claro, porém, quanto cada sócio venderia no IPO. Atualmente, a família Moll controla a Rede D’Or, detendo uma fatia de quase 60%. Além do Carlyle, também é sócio o GIC, fundo soberano de Cingapura.

De acordo com as fontes, além do Bank of America, também participarão da oferta o Bradesco BBI, o BTG Pactual e a XP Investimentos. O Bradesco tem um relacionamento comercial com o grupo hospitalar há anos, enquanto o BTG Pactual foi acionista relevante da Rede D’Or até 2015.

A expectativa é que a operação ocorra entre o fim de novembro e o início de dezembro, permitindo que a companhia apresente aos potenciais investidores dados operacionais relativos ao terceiro trimestre do ano. Esse cronograma também tem a vantagem de prever a oferta após as eleições americanas, evento que terá influência direta sobre as condições do mercado.

Caso esse prazo não seja cumprido, a janela seguinte viria em fevereiro. Deve ajudar no processo o fato de a Rede D’Or já ter registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) desde 2019.

Os detalhes da oferta são preliminares e podem mudar de acordo com as condições de mercado, ponderaram as fontes. Procurados, Rede D’Or e Bank of America não quiseram comentar a informação.

LUCRO DE MAIS DE R$1 BI

O IPO da Rede D’Or é aguardado há anos pelos investidores. De acordo com as fontes, a operação tem potencial para fazer com que a rede de hospitais privados estreie na Bolsa valendo cerca de R$ 100 bilhões.

A Rede D’Or opera 45 hospitais próprios em Rio, São Paulo, Pernambuco, Brasília, Maranhão, Bahia e Sergipe, somando 7,3 mil leitos. O Instituto D’Or, que pertence ao grupo, participa dos testes da vacina de Oxford para o coronavírus no Brasil. O grupo fechou o ano passado com lucro líquido consolidado de R$ 1,2 bilhão e receita líquida de R$ 13,3 bilhões. A dívida líquida encerrou 2019 em R$ 9,9 bilhões.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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