O empresário José Seripieri Jr, preso na Operação Paralelo 23, foi preso hoje numa operação da PF (Polícia Federal) e do MPE (Ministério Público Eleitoral) que investiga a campanha eleitoral do senador José Serra (PSDB) em 2014. As investigações apuram suspeitas de caixa dois, com doações irregulares para ocultar a origem ilícita. O esquema teria envolvido R$ 5 milhões, movimentados pela simulação de operações financeiras. A prisão temporária tem duração de cinco dias, mas pode ser prorrogada.
Segundo informa o portal O Antagonista, ele é conhecido pelas relações com caciques do PT, do PSDB e de outros partidos – especialmente em São Paulo. Em sua delação, Antônio Palocci acusou o fundador da Qualicorp de pagamentos ao caçula de Lula. Segundo o ex-ministro, Seripieri Jr indicou o diretor da ANS responsável pelas resoluções 195 e 196, que garantiram à Qualicorp o monopólio do mercado de corretagem de planos de saúde por vários anos.
A Qualicorp é a maior administradora brasileira de planos de saúde coletivos por adesão e outros benefícios para grupos de afinidade, definidos em função da profissão ou área de atuação, em parceria com entidades de classe. José Seripieri Junior fundou a Qualicorp e esteve à frente da companhia por quase 20 anos, na presidência executiva ou no comando do conselho, quando deixou o grupo em novembro de 2019. Há um ano, Junior vendeu metade de sua participação, de 20%, para a Rede D’Or. Atualmente, o empresário possui apenas 2,75%.
A Qualicorp afirmou que “a nova administração da empresa fará uma apuração completa dos fatos”. O advogado Celso Vilardi, que defende o empresário José Seripieri Filho, disse que “os fatos investigados ocorreram em 2014, há seis anos portanto, não havendo qualquer motivo que justificasse uma medida tão extremada”.
Por meio de nota, Serra disse que “causa estranheza e indignação a ação deflagrada” hoje. “Em meio à pandemia da covid-19, em uma ação completamente desarrazoada, a operação realizou busca e apreensão com base em fatos antigos e prescritos e após denúncia já feita, o que comprova falta de urgência e de lastro probatório da acusação”, declarou.