Trazendo sua análise mensal do cenário econômico e um panorama futuro, a convidada da live da Icatu Seguros desta quinta-feira, 25, foi a economista-chefe da seguradora, Victoria Werneck. O avanço de um mês desde sua última análise trouxe algumas mudanças, um pouco mais positivas, no cenário geral da economia com a relação a pandemia.
Nos Estados Unidos, por exemplo, onde o PIB anualizado caiu 5% no primeiro trimestre, o último dado de atividade econômica surpreendeu de forma positiva. De acordo com dado divulgado nesta quinta-feira, 25, as encomendas de bem duráveis subiram 15,8% em maio, superando a previsão de aumento de 9,8 %. No cenário mundial, a injeção de dinheiro feita pelos Bancos Centrais do G10 na economia desde meados de janeiro – US$ 6 trilhões até então – vem garantindo a liquidez para a compra de ativos.
Porém ainda lidamos com muitas incertezas pela frente. O fato da descoberta e uso de uma vacina ou até mesmo medicamento eficaz ainda estar distante, faz com que medidas de distanciamento social se tornem necessárias por um tempo indeterminado. “Teremos sim a volta das atividades, mas dentro de uma nova normalidade, pois sabemos muito pouco sobre o comportamento do vírus após o relaxamento das medidas de isolamento”, explica Victoria.
Diferente da maioria dos países que realizaram medidas de lockdown, após 90 dias da centésima morte registrada, o índice de óbitos no Brasil referente à Covid-19 continua subindo. O PIB do país vinha crescendo de forma sustentada, mas ao final de 2019 já estava 3,1 % abaixo do pico do primeiro trimestre de 2014. Já no primeiro trimestre de de 2020 despencou a uma taxa anualizada de 6%. A expectativa do mercado é que o PIB encolha 6,5 em 2020.
Embora os dados da indústria ainda sejam ruins, considerando o atualizado de abril, indicativos mais recentes mostram leves sinais de melhora. A confiança do empresário industrial já cresceu em junho comparando com maio, assim como o índice de confiança do consumidor.
“Como a crise nos pegou ainda em março, os resultados consolidados do segundo trimestre, que ainda não temos, serão os piores. Ainda assim não acredito que será uma crise profunda por muito tempo. Será acentuada, mas acredito no início da recuperação a partir do final do ano”, conclui Victoria.