BB Seguridade lucra R$ 882,7 milhões no trimestre, recuo de 12,9%

A BB Seguridade resgistrou queda de 12,9% no lucro liquido do primeiro trimestre de 2020 em comparação ao mesmo período anterior, com ganho de R$ 882,7 milhões. Os números do trimestre refletem, principalmente, o desempenho até a primeira quinzena de março, antes do início da crise.

Dois motivos justificam a baixa do ganho: “o descasamento temporal na atualização de ativos e passivos [de planos de previdência de benefício definido], e a alienação da participação no IRB Brasil RE, que havia contribuído com R$ 49,4 milhões no resultado de investimentos em participações societárias no primeiro trimestre de 2019”, informa em release.

Um dos pontos negativos dos resultados veio pela linha do resultado financeiro, que caiu 84% ante os três primeiros meses de 2019. Foram R$ 49 milhões em 2020, frente a R$ 297 milhões um ano antes.

O resultado operacional combinado das empresas do conglomerado cresceu 19,6% na comparação anual. Conforme a BB Seguridade, o aumento teve como principais fatores a redução da sinistralidade de seguros, o desempenho comercial no seguro rural e no prestamista e uma maior arrecadação em planos de previdência. As receitas operacionais consolidadas, porém, recuaram 6,3% no primeiro trimestre, ante o mesmo período de 2019, para R$ 1,169 bilhão, devido a um recuo do resultado de investimento em participações societárias.

Segundo nota divulgada pela companhia, já em meados de março, logo após a decretação da pandemia da covid-19, observou-se uma rápida desaceleração do faturamento a partir da segunda quinzena de março, principalmente nos seguros de vida, na previdência e na capitalização, com reflexos nas receitas de corretagem da BB Corretora”.

O volume total de prêmios emitidos de seguros, contribuições de previdência e arrecadação com títulos de capitalização alcançou R$ 13,3 bilhões no primeiro trimestre de 2020, avanço de 19% em relação ao mesmo período do calendário anterior.

Os prêmios emitidos de seguros vieram 15,9% acima do primeiro trimestre de 2019. O volume alcançou R$ 2,2 bilhões. A receita com corretagem também subiu fortemente, para R$ 883 milhões no período, com alta anual de 15,8%.

Diante das incertezas trazidas pela covid-19, a BB Seguridade suspendeu o “guidance” para 2020. Em fato relevante divulgado pela empresa, o cenário da pandemia “acarretou mudanças significativas nas premissas que embasaram as projeções iniciais. Tal cenário ainda não permite que a companhia tenha clareza quanto à evolução e a duração dos impactos na atividade econômica e, por conseguinte, em seus negócios”, informa no documento enviado à CVM.

A companhia informa que as projeções serão retomadas “tão logo haja redução no nível de incerteza quanto aos impactos da pandemia na economia e às repercussões em seus negócios”. O guidance suspenso estabelecia crescimento para o resultado operacional não decorrente de juros ajustados (ex-holdings) na faixa entre 7% e 13%, alta de prêmios emitidos pela Brasilseg de 5% a 10% e subida de reservas de planos de previdência PGBL e VGBL da Brasilprev de 10% a 13%.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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