Mongeral Aegon lança fintech com produtos financeiros para corretores de seguros e funcionários

O grupo prepara a documentação para dar entrada no Banco Central e avançar de uma instituição de pagamento para uma instituição financeira para ofertar todos os produtos financeiros. Na Holanda, a seguradora possui o maior banco digital do país, chamado de KNAB

A cereja do bolo do aniversário de 185 anos do grupo Mongeral Aegon foi o lançamento da fintech MAG Finanças, a troca de marca e o expressivo crescimento de 24% em 2019, com projeção de crescer 19% em 2020. Entre outras notícias. Vamos começar pela conta digital, pois aqui está um pulo do gato que a coloca à frente de muitas de suas concorrentes no mercado. E como a concorrência muda tudo, isso pode marcar uma nova onda do mercado segurador brasileiro.

A MAG Finanças, classificada como uma instituição de pagamento, começa com conta digital PF e PJ para a base de corretores parceiros, onde consideram 7 mil produtivos, que recebem cerca de R$ 250 milhões em comissões ao ano, e 1,2 mil funcionários no Brasil. Os mais de 2 milhões de clientes da seguradora ficam para a segunda fase do projeto. Apenas hoje, dia do lançamento, foram abertas 800 contas via o app disponível na Apple Store. 

De cara o grupo oferece gratuitamente aos parceiros quatro TED, 4 saques e dez ordens de pagamento, com QRCode, e transferência para as contas MAG. “Nosso objetivo é ofertar mais benefícios com o decorrer do tempo”, acrescentou. O objetivo é atingir 1 bilhão de transações em um ano, informou Marcos Diniz, executivo responsável pela MAG Finanças, durante coletiva de imprensa.

Estimulados pela evolução do open banking que está em consulta pública até 31 de janeiro e previsto para ser lançado no Brasil no segundo semestre, em etapas, o grupo prepara a documentação para dar entrada no Banco Central e se tornar uma instituição financeira, diferente da categoria em que está hoje, de instituição de pagamento. “Feito isso, o céu é o limite”, comentou.

Como instituição financeira, a MAG Finanças poderá ofertar crédito e tudo que as outras quatro empresas do grupo já ofertam: seguros, fundos de investimentos abertos e fechados entre outras coisas, uma vez que toda a tecnologia já está pronta, com o uso de APIs que permitem a conexão com centenas de serviços e produtos. O objetivo, segundo ele, é oferecer crédito a taxas competitivas, iguais ou melhores do que o crédito consignado.

Além dos corretores e funcionários, o projeto inclui em ampliar a rede de clientes para segurados e também mar aberto. Como o app esta nas lojas de tecnologia, qualquer pessoa pode abrir a conta digital. “No passado não sabíamos muito sobre os clientes. Apenas tínhamos um número de apólice. E agora temos muitas informações sobre o cliente. Podemos fazer muito mais com essas informações”, afirmou o presidente mundial da seguradora Aegon, o holandês Alex Wynaendts, durante coletiva de imprensa.

Ele acredita que o universo de corretores e consultores financeiros ainda tem muito para crescer no Brasil. Na Europa, citou, os corretores de seguros recebem um fee dos clientes pela consultoria financeira prestada e não mais uma comissão das seguradoras pela venda. “Todos previam que isso iria reduzir o número de corretores, mas pelo contrário. Eles passaram a gostar de ser remunerados pelos clientes, que valorizam e querem ser assessorados por um consultor financeiro que os ajudem a se protegerem dos riscos reais e cíclicos da vida.

Todo esse cenário incentivou o grupo a lançar um banco digital, previsto para o segundo semestre. A fintech é apenas o primeiro passo. O grupo Mongeral é composto por cinco braços financeiros: MAG Seguros, MAG Investimentos, MAG Finanças, MAG Fundos de Pensão, MAG Gestão Previdenciária e também tem o Instituto de Longevidade Mongeral Aegon. 

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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