Empresas devem se preparar para risco de guerra cibernética entre EUA e Irã, segundo análise da Marsh

A possibilidade de um ataque de retaliação deve ser vista como um desafio imediato e urgente para as empresas

O desdobramento dos confrontos entre Estados Unidos e Irã, decorrente do ataque no qual morreu o general iraniano Qassem Soleimani deixou as empresas em estado de alerta para possíveis ataques cibernéticos e proliferação de Fake News na web. Há uma grande expectativa de possíveis retaliações por meio de ataques de hackers direcionados a governos e empresas. O alerta não é por menos.

No mundo, as empresas já tiveram perdas de US$ 1 trilhão decorrentes de ataques de hackers, prejuízos bem acima dos US$ 300 bilhões com desastres naturais em 2017, segundo o relatório Cyber Handbook da corretora e consultoria de risco Marsh. 

Um dos pontos de atenção são os impactos dos riscos cibernéticos nas operações das multinacionais brasileiras que têm relações comerciais com as duas nações.  O governo brasileiro também pode se tornar alvo, assim como as infraestruturas críticas que consequentemente teriam grande consequências macroeconômicas diante de um ataque de hacker. “Os efeitos podem ser desde ataques à infraestrutura (geração e distribuição de energia, por exemplo) que consequentemente trariam impactos generalizados nas indústrias e no dia a dia da população”, afirma Marta Schuh, líder de Cyber da Marsh Brasil.

Para a especialista, há um risco até mesmo de possíveis danos catastróficos. Um hacker pode invadir o sistema e provocar a abertura de comportas de hidroelétrica, provocar explosões. Ou atacar sistemas de instituições financeiras causando prejuízos e desequilíbrio econômico, e ainda paralisar atividades nas mais diversas áreas: polícia, serviços emergenciais hospitalares e controles aeroportuários. “É mais do que necessário empresas e governos estarem preparados com estruturas robustas de gerenciamento de riscos e apólices de seguros adequadas para repor as perdas decorrentes de um ataque de hackers”, diz.

“O risco cibernético não é uma questão de ‘se’, mas ‘quando’ se pode sofrer um ataque e quais são as estratégias caso isso ocorra. Essa visão é que irá reequilibrar a forma como as empresas investem e alocam os seus recursos de gerenciamento de risco cibernético e retomem o mais rápido possível as suas operações”, complementa a líder de Cyber da Marsh Brasil.

Empresas mais vulneráveis

Os riscos cibernéticos superam todos os outros riscos por uma ampla margem em que 22% das empresas entrevistadas no estudo Marsh Microsoft Global Cyber Risk Perception Survey 2019. A cibersegurança deve ser uma prioridade na comunidade de negócios, uma vez que empresas de todos os segmentos são cada vez mais dependentes de plataformas de tecnologia para gerenciar suas operações o que consequentemente aumenta a probabilidade e a gravidade das interrupções nos negócios decorrentes diante de incidentes cibernéticos. 

Ao mesmo tempo as indústrias e os setor de energia possuem grande interconectividade e a complexidade tecnológica de automação o que pode resultar em vulnerabilidades a mau funcionamento, sabotagem que pode cascatear e impactar a economia em geral.

6 dicas para se proteger de ataques cibernéticos

1.      Avalie riscos, vulnerabilidades e conheça as novas ameaças

2.      Revisite a política de segurança cibernética da empresa

3.      Avalie se sua empresa possui back up das informações armazenadas offline

4.      Avalie e atualize o plano de gestão de risco e respostas a incidentes

5.      Revisite as estratégias de segurança de dados

6.      Oriente os colaboradores sobre e-mails, websites e aplicativos suspeitos

7.      Avalie e atualize as coberturas do seguro contra risco cibernético

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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