AMBest mantém perspectiva negativa para resseguro no Brasil

O Brasil tem potencial para emergir mais forte de suas recentes lutas econômicas e políticas, o que poderia levar a um próspero mercado de resseguros

Fonte: Reinsurance News

A AM Best manteve sua perspectiva negativa para o setor de resseguros brasileiro, uma vez que a volatilidade do mercado e um ambiente em declínio nas taxas de juros superam os sinais de crescimento econômico lento e constante.

O Brasil é a nona maior economia do mundo, mas é considerado um país difícil de fazer negócios, principalmente para o mercado de resseguros, onde existem barreiras substanciais à entrada e significativa volatilidade.

Apesar de seus desafios atuais, a AM Best acredita que o Brasil tem potencial para emergir mais forte de suas recentes lutas econômicas e políticas, o que poderia levar a um próspero mercado de resseguros e facilitar uma tomada de risco mais prudente.

A penetração de seguros na região continua relativamente baixa por enquanto, com um nível correspondentemente baixo de penetração de resseguro e um potencial de crescimento significativo.

Outro fator de risco para o setor de resseguros brasileiro é a forte dependência da receita de investimentos, que tem contribuído muito para o lucro nos últimos anos.

As taxas de juros dos títulos soberanos chegaram a 14% durante esse período – o suficiente para mitigar as perdas de subscrição -, mas com as taxas agora na faixa de 5%, a subscrição precisará melhorar para compensar a diferença.

Em uma nota mais positiva, a AM Best considera que as resseguradoras no Brasil têm uma vantagem competitiva em algum grau, graças ao isolamento das flutuações cambiais.

O segmento de resseguros também se beneficiou da evolução do mercado de garantias e, em particular, do desenvolvimento de títulos de garantia judicial.

Isso ocorreu em um momento em que, devido ao estresse político e econômico, o mercado de produtos de garantia, como desempenho ou bônus de oferta, desapareceu em grande parte.

Analistas concluíram que o Brasil continua sendo uma economia em desenvolvimento, com uma crescente estrutura regulatória de resseguros que historicamente ajudou a crescer o mercado e continuará a influenciar os aspectos positivos do segmento.

Apesar da perspectiva negativa, a AM Best acredita que alguns fatores em particular poderiam estabilizar o mercado de resseguros.

O mais notável seria a continuação de reformas econômicas significativas, que poderiam facilitar o crescimento a longo prazo e aumentar a confiança no país e no exterior.

O outro fator importante é a lucratividade impulsionada pela subscrição, argumentou, uma vez que a capacidade de gerar fortes ganhos globais com a subscrição ajudaria bastante a criar um segmento de resseguro sustentável e próspero no Brasil.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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