Allianz faz parceria para lançar seguros “on demand” para autônomos

Profissionais freelancer podem ativar e desativar apólices usando um app e ter coberturas de responsabilidade civil, profissional e para equipamentos. Vamos ver quando o produto chegará no Brasil…

Com agências internacionais

A Allianz estabeleceu uma parceria com a insurtech londrina Dinghy para oferecer cobertura de responsabilidade civil, equipamento para profissionais que compõem a chamada economia GIG, formada por profissionais autônomos, temporários e freelancers. A tecnologia fornece soluções flexíveis de seguro profissional, mediante pedido on-demand, cobrando as coberturas por segundo de ativação.

A compra leva três minutos. Depois, podem ser ativadas através de um aplicativo móvel ou no website da Dinghy, e desativadas e reativadas quando e onde segurado quiser. De acordo com Nick Hobbs, responsável por corretores na Allianz, face à evolução de certos setores da economia, é previsível que as soluções de seguro on-demand se tornem predominantes, informou o portal português Eco.

O setor de economia de trabalhadores informais cresce em todo o mundo e as seguradoras reconheceram que eles precisam de opções de seguros adaptadas às suas necessidades específicas. Nos últimos três anos, o número de trabalhadores da economia “gig” no Reino Unido dobrou para cerca de 4,7 milhões. O trabalho desse grupo demográfico é diferente do trabalho normal, pois eles não desfrutam dos benefícios fornecidos pelo empregador.

Além disso, eles não trabalham em horários normais e podem passar dias ou semanas sem precisar de seguro. Além disso, 40% dos trabalhadores do Reino Unido têm uma convicção natural de que não precisam de cobertura de seguro em tempo integral. Isso fez com que a insurtech Dinghy percebesse essas necessidades exclusivas. Uma das coberturas diferenciadas é o Freelancer Assist, que ajuda os usuários a buscar faturas não pagas e fornece assistência para impostos especializados, entre outras coisas. Ele também possui um recurso de status de atividade que permite que os usuários alterem sua cobertura para o modo leve quando não estão trabalhando.

A expectativa de especialistas é que as seguradoras tradicionais estão atrasadas na transformação digital e têm sido mais lentas para implantar uma nova cobertura de seguro para os trabalhadores da economia de trabalhadores informais, mas as parcerias podem ajudá-las a alcançar esse público e aproveitar um novo fluxo de receita.

O portal Business Insider afirma que as empresas de seguros estão sendo superadas pelos bancos na transformação digital, enquanto as insurtechs estão ameaçando seus negócios. Cerca de 38% dos bancos têm os recursos digitais e de liderança necessários para realizar uma transformação em comparação com 30% das empresas de seguros, relata o portal Business Insider.

Embora as seguradoras estejam atrasadas em termos de inovação, o setor de insurtech continua crescendo. Isso aumenta a ameaça que essas empresas jovens representam para os legados e incentiva operadores a buscar novas opções para renovar seus negócios, incluindo parcerias. No Brasil, a Generali apostou na Thinkeg, que recentemente lançou o seguro on demand para carros.

A Allianz, afirma o portal de notícias sobre seguro americano, vem apostando em parcerias há um tempo, o que ajudará a manter-se à frente das novas tendências em todos os setores, incluindo a economia “gig”. Em fevereiro, a Allianz injetou fundos adicionais no Allianz X, seu braço de investimentos digitais, para fazer investimentos estratégicos relevantes para a seguradora. Também fez parceria com a insurtech Wrisk, em julho, para digitalizar os produtos para o negócio de fabricantes de automóveis, e se uniu à Microsoft para desenvolver novas ofertas de IaaS (Seguros como Serviço). E com essa parceria mais recente, a Allianz provavelmente poderá direcionar e capitalizar a crescente economia dos trabalhadores informais.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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