Carlos Alberto de Paula retorna ao mercado segurador, agora como diretor da Federação Nacional das Empresas de Previdência Aberta (FenaPrevi). Ele chega para apoiar o setor em um momento de grandes transformações do mercado de previdência aberta no Brasil.
A aposta dos especialistas é que aquele mundo fácil, de ganhar rendimentos sem esforço em renda fixa, ficou para trás. Com taxas de juros declinantes, todos terão de se empreender, empresas e investidores, para remunerar o capital investido no longo prazo. Esse movimento já é nítido no mercado, tanto por parte das aplicações das empresas como dos participantes.
O executivo é bacharel em Direito e especialista em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atua há mais de 25 anos na área de seguros e previdência complementar. Passou pela Secretaria de Previdência Complementar (SPC), foi diretor da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e ocupou a vice-presidência de Pessoas e Marketing do Irb, compondo a equipe que conduziu o processo de desestatização da empresa.
Veja abaixo a entrevista concedida ao blog Sonho Seguro:
Você chega a Fenaprevi num momento marcante para a previdência no Brasil…
Após 35 anos de trabalho, dos quais 25 dedicados ao ambiente securitário e previdenciário, sinto-me honrado em ter recebido o convite efetuado pela Federação. Abro um novo ciclo em minha trajetória profissional e estou motivado com essa ideia. Os executivos da Fenaprevi são profissionais altamente qualificados, líderes em suas organizações e têm muita clareza acerca dos rumos da indústria para os próximos períodos. O presidente Jorge Nasser é um difusor dessa visão. Então o conjunto da obra gera uma esfera muito positiva sobre os projetos que estão em curso bem como sobre as novas agendas.
Quais suas expectativas para o futuro?
Vivemos um momento singular no ambiente previdenciário, talvez como poucos na história da sociedade brasileira, em função da combinação de fatores sociais, demográficos, políticos e econômicos. A Reforma da Previdência, levando-se em consideração a inclusão dos estados e municípios, irá caracterizar o ajuste mais profundo e amplo já efetuado no setor. Com a aprovação da reforma da Previdência será inaugurada uma agenda que efetivamente passará a fazer parte das pautas mais relevantes para a sociedade. Isso porque nas próximas duas ou três décadas nós brasileiros iremos envelhecer rapidamente. A sociedade ficará mais madura e isso trará significativos desafios.
Há também a urgência em pulverizar a educação financeira…
Sim, principalmente devido às mudanças promovidas nas relações de trabalho, à nova carga tecnológica que já mostrou a que veio e ao perfil das gerações Y e Z, que se estabeleceram com um “mind set” radicalmente diferente dos baby boomers e da geração X, a qual eu pertenço. Esse cenário desafiará a todos, Estado e Sociedade Civil, no sentido de sinergicamente abrirmos novas rotas e até inovarmos de forma disruptiva de modo a gerar manter o interesse dos cidadãos em relação aos modelos de proteção social oferecidos. Trabalhar nesse tipo de agenda é estimulante! Há muita coisa a ser feita e a Fenaprevi tem a honrosa missão de ajudar a sociedade nesse caminho!
Uma frase:
Criamos o futuro e inspiramos as pessoas!