Fonte: Valor Econômico
O Valor Econômico revela que a venda de ações detidas pela União e pelo Banco do Brasil no ressegurador IRB Brasil Re, parte do plano de desinvestimentos do governo federal, pode demorar mais tempo do que o inicialmente previsto. A oferta subsequente de ações (“follow-on”) se revelou mais complexa do que as partes esperavam devido às discordâncias entre os acionistas controladores – o governo federal e os principais bancos do país – e à necessidade de mudanças de lei para efetivar a transação.
Mas a Superintendência de Seguros Privados (Susep) deu um parecer na semana passada impedindo o IRB de se tornar uma “corporation”, empresa sem controle definido. Essa discussão já tinha chegado também ao Banco Central, apurou o Valor. Não agradava ao BC abrir precedentes para instituições financeiras não terem controlador – mesmo que a mudança especificasse que valia apenas para resseguradoras, o que juristas consultados pelo Valor achavam difícil de emplacar. A sugestão da Susep é que o Bradesco e o Itaú, mesmo com 26,3% das ações, assumam a figura de controlador perante o regulador.
“Se os bancos aceitarem, a oferta do governo federal no IRB pode ocorrer junto com a do BB. Caso contrário, precisaria de uma nova regulamentação para permitir que o IRB seja uma corporation, o que atrasaria a operação”, diz uma fonte.