A Superintendência de Seguros Privados (Susep) pretende divulgar as regras para que as insurtechs possam operar no setor no evento CQCS Inovation, que acontece nos dias 12 e 13 de junho. A informação foi divulgada pela titular Solange Vieira, em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira, em São Paulo. “Estamos trabalhando para isso”, afirmou. Segundo ela, será dado um prazo para que startup possa se desenvolver, com regras mais flexíveis do que as exigidas das seguradoras tradicionais. “Ainda não sabemos se será de 36 ou 48 meses”, afirmou ela.
Solange fará a palestra “Desafios da Regulação em um Mundo de Inovações” no dia 12, as 10 horas, e abrirá espaço para perguntas. Aproveitem caros leitores. Perguntem tudo que querem e precisam saber para tocar seus projetos. Eu tenho várias, que já enviei a ela e aguardo as respostas para informar os leitores do blog, que estão super curiosos com as novidades que a nova gestão deve trazer nos próximos meses. Infelizmente não pude ir na coletiva desta quarta-feira, mas ouvi o áudio do encontro para escrever este post e passar a informação adiante.
Solange, que tem em mente uma gestão que deixa de ser um órgão fiscalizador de normas e sim participar da preposição delas, abordou diversos assuntos no encontro com jornalistas da mídia especializada. Sobre a criação da agência reguladora que prevê a união da Susep com Previc, ela citou que ainda não tem data certa para acontecer. “A norma da fusão já está com o Ministério da Economia. Se for por medida provisória, estimamos algo em torno de um a dois meses. Se for por projeto de lei depende do Congresso, seis meses, dois anos”, comentou.
Sandbox foi outro tema. No dia 3 de junho, a Susep participará de um evento junto com o Banco Central e com Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no qual o tema será debatido. “A ideia é criar um espaço onde empresas nascentes poderão estar dentro de um ambiente protegido, com exigências regulatórias menos rígidas, para que possam testar as inovações”, explicou a superintendente.
O DPVAT é uma prioridade da Susep. “Já identificamos alguns problemas. Ele tem um índice de denúncias elevado, funciona sobre uma estrutura de monopólio, o que nos dá uma sensação de desconforto, e estamos pensando em como podemos regular um novo modelo que atenda melhor a população. Há uma convocação da Câmara dos Deputados para discutir o assunto e estaremos lá para tornar a discussão pública”, comentou.
Sobre o corretor de seguros, Solange afirmou que o profissional tem um papel importante para atuar em seguros e resseguros mais sofisticados.
Solange também já tem uma ideia sobre o potencial de novos produtos que podem contribuir para a expansão do mercado. Entre os citados estão permitir que fundos de pensão comprem resseguro e que seguradoras ofertem renda vitalícia para fundos. Também citou resseguro para empresas de saúde, bem como seguros digitais para atender a necessidade de proteção para bicicletas, celulares e equipamentos eletrônicos.
Em relação a estrutura para ser uma agência reguladora mais poderosa, regulando recursos de R$ 1,9 bilhão. Solange é consciente de que tem um quadro que citou ser “minimalista”. “Temos passado a mensagem para todos dentro da Susep que estamos em crise fiscal e que produtividade é a tônica mundial. Com a fusão dos órgãos, ja fomos avisados que não tem concurso nem orçamento. Temos de nos virar com o que temos. Mas eu gosto de desafios. Certamente vou precisar de investimento em tecnologia para rever processos, assunto a ser discutido no início do próximo ano”.
Deixo a seguinte sugestão: poderíamos adotar a OBRIGATORIEDADE da contratação do Seguro de Responsabilidade Civil – DM/DC para todo proprietário de Automóvel. Com isso acabaríamos com as fraudes das “batidas arranjadas”; facilmente se elegeria o culpado pelo acidente (a malandragem da “culpa fabricada” cessaria) e aquele que quisesse garantir-se de maiores e/ou outros riscos, contrataria o Seguro de Dano para seu bem, precavendo-se de eventuais perdas parciais ou totais. Algo factível, simples, universal e que acabaria com o monopólio e demais irregularidades perpetradas através do Seguro DPVAT.
José Carlos N. de Souza
Diretor Relações Institucionais – IDECORR
Pensei o mesmo… espero ouvir falar mais de seguro de responsabilidade civil do que de bens….
Só nesse paiseco mesmo para existir seguro para celular e bicicleta. A entrevistada fala com tanto entusiasmo desses novos produtos do mercado de seguros que poucas pessoas percebem que isso é a constatação de que insegurança pública está banalizada.