Porto Seguro eleva lucro em 8%, para R$ 300 milhões

O índice combinado de seguros aumentou dois pontos percentuais decorrente da piora da sinistralidade no seguro de automóvel (+4,9 p.p.)

A Porto Seguro divulgou lucro líquido de R$ 300 milhões no primeiro trimestre de 2019, aumento de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O ROAE alcançou 17,6% no trimestre, mesmo diante de um trimestre mais desafiador, destaca a empresa. Segundo dados do balanço, o grupo apresentou redução das despesas administrativas para 16,1%, queda de 0,7 ponto percentual, e um retorno sobre as aplicações financeiras superior ao benchmark. O resultado financeiro avançou 15% no período, para R$ 271 milhões. Por outro lado, houve redução de 9% do resultado operacional, para R$ 277 milhões, decorrente principalmente do aumento da sinistralidade no período. Os prêmios de seguros ficaram estáveis no trimestre, com R$ 3,7 bilhões.

Os produtos de Saúde, Riscos Financeiros, VGBL e Uruguai apresentaram um maior desempenho, com crescimento acima de 10%. No seguro Auto, houve expansão de 6% na frota, representando um aumento de 300 mil veículos segurados. Por outro lado, os ajustes na precificação realizados a partir do segundo semestre de 2018 para refletir a queda das frequências de sinistros impactaram a evolução dos prêmios (-2%) no período. No segmento patrimonial, o baixo crescimento (+2%) foi consequência da redução nas vendas no canal bancário e do ambiente mais competitivo no Seguro Empresarial.

O índice combinado de seguros aumentou dois pontos percentuais decorrente da piora da sinistralidade no seguro de automóvel (+4,9 p.p.). Este aumento reflete o efeito das chuvas que elevou a incidência de enchentes, sobretudo na cidade de São Paulo e, em menor intensidade, na cidade do Rio de Janeiro, e da elevação das despesas com perdas parciais. Esse efeito negativo foi compensado parcialmente pela redução do índice das despesas administrativas e pela menor sinistralidade nos segmentos de Saúde e Vida. Mesmo com esse aumento no primeiro trimestre, o índice combinado permaneceu 2,3 pontos percentuais. abaixo da média dos primeiros trimestres dos últimos 5 anos.

Nos Negócios Financeiros e Serviços, as receitas decresceram 3% (vs. 1T18) em função da venda da operação dos centros médicos da Portomed e do acordo de transferência dos clientes da Conecta para a TIM, ambos realizados ao longo de 2018. Nas operações de crédito, a expansão das receitas (+3%) arrefeceu em decorrência das medidas adotadas a partir do 1T18 para preservar as margens do produto, contribuindo para a manutenção do índice de inadimplência acima de 90 dias (5,6%) em linha com a média de mercado (fonte: Banco Central, dados de mercado disponíveis até fevereiro/19). Mesmo com a redução de receitas, o lucro líquido foi 166% maior que no 1T18 resultando em um ROAE de 22% (+13,2 p.p. vs. 1T18) favorecido pelas economias com a desmobilização da Conecta e pelo aumento na lucratividade das operações de crédito.

Neste início de ano, a Porto Seguro divulgou diversas notícias relevantes, como a sucessão com Jayme Garfinkel passando a presidência do Conselho de Administração para o filho Bruno Garkinkel. Também realizou um acordo de cooperação para renovação de apólices de ramos elementares da Travelers Seguros no Brasil. O propósito com essa iniciativa é reforçar a posição da Empresa nos segmentos de seguros Patrimoniais e de Responsabilidade Civil, ampliando a oferta de produtos. Fez também uma parceria com a AIG para vender seguros de responsabilidade civil para Pequenas e Médias Empresas.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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