8ºencontroresseguro: D&O que não adiante custos de defesa perde sua função

Fonte: CNseg

Os efeitos da Lava Jato estão transformando o seguro de D&O e, caso se dissemine o não adiantamento dos custos de defesa, este seguro perderá sua finalidade. Essa foi uma das conclusões a que chegaram os participantes do painel técnico “Temas Relevantes em Sinistros”. Em tese, o D&O tem por finalidade adiantar os custos de defesa, ainda que o administrador tenha cometido ato doloso, define Cassio Gama Amaral, sócio do Mattos Filho Advogados. Mas, com a Lava Jato, o mercado ficou “hard” e algumas seguradoras estão praticando 100% de exclusão, ainda que o ato tenha sido doloso, enquanto outras admitem pagar se o segurado provar que é inocente.

“Isso tira o objetivo do D&O que é adiantar os custos de defesa. Gostaria de ver o D&O voltando às suas origens”, afirmou Amaral. André Tavares, sócio da Tavares Advogados, moderador do painel, completou que “prestação póstuma não é prestação e somente o adiantamento cumpre essa função”. E Rodrigo Bertuccelli, vice-presidente de clains lange da Chubb, acrescentou que “se tirar o custo de defesa do D&O, está se esvaziando o produto. Deve-se pagar e, quem for culpado, vai ter de devolver”.

Diversos tipos de sinistros foram abordados durante o painel. Em relação ao seguro de ativos, discutiu-se a necessidade de o parque fabril passar por manutenção permanente. Para Bertuccelli, a falta de manutenção é um problema crítico e grande parte dos sinistros poderiam ser evitados se houvesse manutenção. “O seguro não cobre todas as perdas e muitas vezes o segurado vai perceber que era melhor ter feito a manutenção”, observa.

Mas, para Amaral, também não é adequado que a seguradora negue o pagamento por falta de manutenção se a empresa “fechou os olhos” durante a inspeção e a subscrição. “A fotografia é a do momento da contratação”, reiterou. Ele destacou que o papel do corretor é imprescindível, mas este não deve ser o responsável pela inspeção. Amaral reforçou que o corretor tem um papel relevante que não está cumprindo a contento. “Além da aproximação entre as partes, deve responder pela intermediação e monitoramento do risco”, considera ele.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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