Marsh e JLT estão próximas de concluir integração no Brasil

Há grande expectativa de que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), vinculado ao Ministério da Justiça, aprove nesta semana a compra da JLT pela Marsh, anunciada mundialmente em setembro passado, por US$ 5,6 bilhões. Segundo fontes que pediram anonimato, a aprovação no Brasil acontecerá sem a necessidade de venda de carteiras.

No Brasil, não basta apenas a aprovação de órgãos reguladores. É preciso negociar com sócios minoritários da JLT, que detêm 25% do capital. Essa negociação, segundo fontes, ainda não foi concluída, porém já está bem encaminhada. Nesta semana, o CEO mundial da Marsh, Dan Glaser, vem ao Brasil. Está previsto um encontro, na terça feira, em São Paulo, como toda a equipe da Marsh e da JLT. Depois do acordo com minoritários, será preciso obter o aval da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Segundo as informações apuradas pelo grupo e fornecidas ao Cade, não há nenhuma área com concentração de mercado. O resultado de Marsh e JLT passam a deter a liderança em relação as concorrentes Aon e Willis no segmento de contratos, em resseguro e em seguros corporativos, sem configuração de concentração.

Na Inglaterra havia havia concentração de riscos no segmento de riscos aéreos, com Marsh e JLT juntas liderando 80% dos seguros das companhias aéreas do mundo. Diante disso, na semana passada, a JLT informou que venderá sua unidade à corretora de seguros Arthur J Gallagher & Co por cerca de 190 milhões de libras, o que ameniza as preocupações com a concorrência. A Comissão Européia conduz a análise da fusão, que deve ser concluída no segundo semestre deste ano. A unidade aeroespacial emprega 260 pessoas e oferece cobertura de seguro para linhas aéreas comerciais, helicópteros, jatos executivos, fabricantes aeroespaciais, aeroportos, provedores de serviços aeroespaciais, satélites e até mesmo veículos aéreos não tripulados e drones.

A onda de fusões no setor de seguros tem se intensificado nos últimos dois anos e é consequência da estagnação das vendas também da revolução trazida pela tecnologia no hábito de consumo das pessoas, como compartilhamento de bens, bem como em mudanças drásticas no dia a dia das empresas, desde a robotização de processos até o surgimento de novos riscos, como os ataques cibernéticos. Diante disso, tanto seguradoras como corretores buscam a consolidação como uma forma de turbinar o faturamento, otimizar ganhos e reduzir custos

Segundo grandes segurados entrevistados pelo blog Sonho Seguro, o segmento de corretagem está cada vez mais concentrado, reduzindo a concorrência. Depois de Marsh e JLT, agora há especulações de que Aon e Willis anunciem uma fusão. “Perdemos players importantes, que fazem um bom trabalho alternativo em relação as grandes corretoras”, disse um gestor de risco de uma multinacional.
 

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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