FenaSaúde participa de audiência da ANS

Fonte: FenaSaúde

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) marcou presença na audiência pública sobre contratualização na Saúde Suplementar, realizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), na última sexta-feira, dia 22, no Rio de Janeiro. A relação contratual entre operadoras e prestadores de serviço foi pauta de debate entre esses dois atores do setor. O objetivo do órgão regulador com essa iniciativa é avaliar a necessidade de revisão ou aprimoramento da regulação acerca desse tema. Segundo a ANS, a intenção é encontrar soluções menos intervencionistas e mais indutivas, em prol da qualidade da assistência ofertada e reduzir os conflitos nas relações entre operadoras e prestadores.

Sandro Leal, superintendente de Regulação da FenaSaúde, considera positivo que a ANS discuta melhorias no setor, mas afirma que identificar os impactos é condição necessária para avançar. “Foram colocadas muitas ações interdependentes com impactos diferentes no sistema, que é muito heterogêneo. Vale lembrar que temos duas premissas básicas: o setor privado deve chegar ao equilíbrio pela livre negociação, sem interferência estatal, e que se atue quando houver uma falha de mercado bem identificada, e não em situações específicas de um segmento ou outro, o que pode provocar novos desequilíbrios. O mercado leva a resultados mais socialmente desejáveis e eficientes, e a sociedade ganha. O consumidor é o ator que deve aproximar as partes”, pondera o executivo.

Um dos objetivos do encontro foi compartilhar, com um número mais amplo de atores, os subsídios colhidos na Câmara Técnica de Contratualização e Relacionamento com Prestadores (CATEC), instituída pela ANS para debater o tema com o setor e órgãos públicos. Até o momento, foram realizadas quatro reuniões e mais uma será marcada. A CATEC é formada por integrantes de cerca de 30 órgãos e entidades de Governo, além do Ministério Público Federal, Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e Ministério Público do Consumidor (MPCON).

Durante a audiência pública foram debatidas e levantadas questões sobre alguns dos temas que têm sido o foco de atuação da CATEC: remuneração de materiais e medicamentos de uso hospitalar; dificuldades na negociação contratual; glosa; reajuste; adoção da Tabela TUSS (padronização de códigos e nomenclaturas entre prestadores de serviço, operadoras e a ANS); rescisão de contratos; utilização de tabelas de referência para remuneração; subnotificação das irregularidades pelos prestadores de serviço; entre outros.

“Em relação às tabelas utilizadas, o posicionamento da Federação é que a correção das distorções é correta e positiva, mas é preciso discutir adaptação e prazos deixando o mercado negociar. Já quanto aos pacotes, a FenaSaúde entende que é um movimento em direção às melhores práticas de remuneração e pondera que o pacote é uma relação comercial entre as partes, um conceito diferente dos protocolos clínicos. É necessário o compartilhamento de riscos alinhados ao que o mundo está fazendo, sendo ajustado pela experiência estatística observada entre cada operadora e prestador. Por último, sobre a questão da Glosa, os estudos propostos pela ANS são importantes para identificar os casos concretos. Grande parte das glosas ocorre por conta de cobranças indevidas e erros administrativos.  Por natureza, os contratos são imperfeitos e não preveem todas as circunstâncias”, concluiu Sandro Leal.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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