Zurich cria serviços para facilitar o dia a dia de gestores de programas globais de seguros

A tecnologia conecta o mundo e abre portas para as empresas brasileiras, ao mesmo tempo em que torna o gerenciamento de risco mais complexo num primeiro momento. Uma declaração do governo de que vai rever a relação com um país pode gerar perdas significativas na cadeia de valor de uma exportadora ou importadora. Um terremoto no Japão pode afetar o estoque de diversas empresas no mundo. Um ataque cibernético causa um estrago jamais visto antes do final do século XX. “Qualquer uma dessas situações impacta de forma significativa a cadeia de valor de uma multinacional”, explica Glaucia Asvolinsque Smithson, diretora executiva de seguros empresariais, vida, corporativo, previdência e também da Zurich Re.

Tantas responsabilidades sob sua responsabilidade fazem da executiva uma especialista em uma área em que a Zurich é a número um no mundo: programas internacionais de seguros, que reúne em um único guarda-chuva todas as apólices de uma multinacional, desde um simples seguro de vida até o complexo risco cibernético, hoje um dos mais temidos por gestores de risco. No entanto, não é possível emitir apólices que cobrem os riscos de uma empresa em todo o mundo. Cada país tem a sua própria regra, desde a cessão de seguro para uma seguradora até o recolhimento de impostos sob o pagamento da indenização dos custos de uma catástrofe.

Desde a abertura do resseguro no Brasil, a disputa das seguradoras por apólices globais se acirrou. “Nossa experiência aliada a presença global e a tecnologia nos ajuda a descomplicar algo tão complexo, para que o gestor de risco agregue cada dia mais valor aos acionistas com a mitigação e transferência de risco”, afirma. São mais de 7,6 mil programas internacionais que contemplam cerca de 50 mil apólices em 210 países, que contam com 9,6 mil profissionais compondo o time de indenizações espalhados em 32 países. Apesar de tantos números grandiosos, o programa internacional tem apenas um ponto de contato. “Tudo é resolvido pelo líder da apólice. Ele é quem está à frente de todas as soluções diante do cliente. Isso traz agilidade e eficiência para o dia a dia e credibilidade para a relação com nosso segurado”, detalha a executiva.

Segundo a especialista, um programa internacional de seguros bem desenhado gera economia de custos de até 40%, na melhor das hipóteses, além de facilidade em retomar o negócio em caso de acidente em alguma das unidades de negócio. A missão de montar uma apólice global de seguros parece impossível. No entanto, com a ajuda de especialistas e da tecnologia, torna-se possível que um acidente seja apenas um acidente e não o fim de uma marca multinacional.

De olho na complexidade deste nicho de mercado, a equipe da Zurich vem há anos construindo uma plataforma, o My Zurich Portal, para que todos os envolvidos tenham acesso as informações do contrato de forma online, com apólices, boletos, corretores, atendimentos, sinistros centralizados num único local, liderados por um único gestor. “Temos um sistema integrado para que o fluxo seja rápido e eficiente para as pessoas autorizadas e envolvidas com o programa mundial”, explica. Ainda não se trata do uso da tecnologia blockchain, mas certamente torna o acesso ao cartório virtual mais rápido quando estiver testado pelo mercado e aprovado pelos órgãos reguladores.

Monroy cita o aplicativo GREW, desenvolvido para facilitar a vistoria do risco, que pode inclusive ser usada pelo segurado

Outro ponto trabalhado pela Zurich para facilitar o dia a dia do gestor de risco em diversas frentes, além da cultural, de fuso horário e de tornar os clausulados mais claros, foi criar uma central de advogados para atender todas as filiais do mundo. “Imagina atender a regulamentação de todos os países onde se tem filiais, cada uma com suas regras, com seguros obrigatórios e tarifas locais, impostos e cultura. Precisamos conhecer todos esses riscos, visitar os locais, fazer sugestões, que muitas vezes são simples como substituir um piso ou acrescentar uma luminária em determinada linha de produção”, disse Juan A. Monroy, responsável pela área de negócios internacionais da LatAm & Shared Serv Brazil, empresa do grupo especialista em gerenciar riscos.

A sorte é poder contar com a ajuda da tecnologia. Como exemplo, Monroy cita o aplicativo GREW, desenvolvido para facilitar a vistoria do risco, que pode inclusive ser usada pelo segurado. “Também contamos com nossos oráculos”, disse. Ele se refere à central de advogados, que mantém a matriz legislativa de cada país atualizada para que os gestores possam cumprir todas as regras de compliance das filiais sob o guarda-chuva do programa internacional”, explica.

Riscos cibernéticos: os riscos de exposição das empresas são grandes e as multas milionárias, alerta Soares

Apesar de tamanha urgência em mitigar riscos e o mercado segurador oferecer um leque abrangente de soluções, muitas empresas ainda têm apólices tímidas, com coberturas insuficientes para os riscos trazidos pela sociedade moderna, como por exemplo o cibernético. “Entidades internacionais ressaltam a importância de empresas terem um grupo de governança de riscos cibernéticos para lidar com um volume crescente de ameaças para seus negócios, como mostram os recentes ataques que vimos noticiados nas mídias”, comenta Celso Soares Jr., responsável por subscrição de seguros corporativos na Zurich. Além disso, as empresas agora precisam gerenciar se estão dentro das regras internacionais como o Regulamento Europeu de Proteção de Dados (GDPR, na sigla em inglês), que afeta multinacionais que têm negócios na Comunidade Europeia. “Os riscos de exposição das empresas são grandes e as multas milionárias”, alerta o subscritor da Zurich.

A comunicação é outro tema que o grupo dá grande prioridade. “É possível ter acesso a informações específicas dos mercados ao redor do mundo em nossos boletins divulgados no nosso portal. Há um material farto para que todos fiquem atualizados com as novidades do mundo, desde novas tecnologias, como acidentes em qualquer parte do mundo”, destaca Glaucia.

Depois de mais de duas horas falando do tema em um almoço com o blog Sonho Seguro, os especialistas da Zurich deixaram claro que se trata de um mercado com grande potencial no Brasil, uma vez que a administração dos riscos cobertos pelos seguros se torna cada vez mais complexa, na medida em que a organização se internacionaliza. “Apostamos nesse segmento, pois sabemos que temos as ferramentas certas para facilitar o dia a dia dos gestores de riscos das multinacionais em seus processos de globalização, sejam eles recentes ou já consolidados”, finaliza Glaucia.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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