CEO da MDS reforça tecnologia e serviços para crescer em 2019

Ariel Couto, que assumiu o comando da corretora portuguesa MDS no Brasil em agosto, aposta na recuperação dos investimentos em infraestrutura, empregos e renda dos trabalhadores já em 2019. “Seguro depende do bom desempenho da economia para crescer. Acredito que o Brasil vai avançar e o mercado segurador voltará em breve a crescer na casa dos dois dígitos”, afirmou ele durante um almoço com o blog Sonho Seguro.

Formado em Administração de Empresas pela UERJ e com MBA Executivo pelo Coppead/UFRJ, Ariel Couto iniciou sua carreira no mercado de seguros em 1995, na gestão de uma corretora familiar. Desde então, passou por empresas como a corretora do grupo Brascan (atualmente Brookfield), RSA Seguros (hoje Sura) – onde foi diretor comercial e de marketing, e mais recentemente, liderou o retorno da seguradora australiana QBE ao mercado de seguros corporativos no Brasil, que foi neste ano adquirida pela Zurich. “Estava tudo certo de começar na Zurich, quando recebi a proposta da MDS. Irrecusável”, afirmou.

Segundo ele, a MDS Brasil é uma empresa que investe muito nas pessoas e em inovação, sempre com um olhar atento ao cliente e isso faz com que se diferencie no mercado nacional. “Vou dar sequência ao processo de expansão da companhia no mercado brasileiro, com uma integração cada vez maior com os negócios gerados pela matriz e subsidiárias em outros países, como também otimizar as oportunidades que as redes de corretores internacionais das quais o grupo MDS faz parte, como a Brokerslink”, afirma.

No Brasil, poucas corretoras publicam balanço, o que dificulta mensurar a posição de cada uma delas no segmento. Segundo os próprios corretores, a Marsh se consolidou como a maior do setor com a compra mundial da JLT, que até então era considerada a quarta maior, em uma negociação de US$ 5,7 bilhões anunciada em setembro deste ano. Em segundo vem AON, seguida pela Willis. Em quarto está a MDS, de acordo com um “ranking” não oficial.

Independentemente de ranking, o que se vê neste setor é uma acirrada concorrência agravada ainda mais pela crise. Muitos empresas fecharam, entraram em recuperação judicial, ou reduziram muito o programa de seguro, seja por queda na produção, seja por demissões expressivas, seja pela necessidade de corte de custos. Esse quadro traz ao mercado clientes ávidos por otimização do programa de seguro, principalmente com custos menores, bem como benefícios e serviços de melhor qualidade prestados pelos corretores e seguradores.

A MDS atua com benefícios, onde saúde reponde por 90%, grandes e médios riscos, resseguro e uma área de massificados que engloba varejo, afinidades e worksite, que é a venda de seguros individuais para funcionários de empresas. Tem também a RCG Powered By Herco, antiga Herco, especialista em gerenciamento de risco, presente em 11 países, além da matriz em Portugal.

Em riscos corporativos, a tática de “road show” para seguros patrimoniais e de prevenção e gestão do plano de saúde têm rendido bons frutos, segundo Couto. O primeiro envolve reunir em uma sala clientes, seguradoras e resseguradores. O cliente apresenta a empresa e os riscos, mostra como o programa de seguro tem funcionado e aguarda propostas que melhorem o custo benefício. Ariel citou dois eventos recentes. Um atraiu 50 pessoas e outro 30. “Conseguimos nove propostas de seguradoras para um cliente da área de fundição, com ofertas de redução de preço e ganhos com coberturas e serviços que deixaram nosso cliente muito satisfeito”, informou.

Em saúde, o céu parece ser o limite para tentar reduzir custos. A tecnologia é a grande aliada. Ele cita várias novidades com a implementação de um sistema integrado, que vai da gestão das apólices para corporações até renovação do contrato totalmente online pelo consumidor final. “Nosso sistema identifica, por exemplo, um funcionário que usa muito vale transporte e já sinaliza que ele pode ser um candidato para o programa de prevenção ortopédica em razão de estar exposto mais horas em ônibus e metrôs”, cita.

Outra novidade que a tecnologia possibilita a corretora oferecer às corporações é a gestão de benefícios flexíveis. Por exemplo: um casal em que ambos tenham plano de saúde corporativo, com direito a cobertura para o cônjuge. “Um deles pode abrir mão do plano na empresa e ganhar pontos para adquirir outros benefícios”, explica.

Em breve, segundo Couto, estará pronto um sistema que vai permitir o cliente a avaliar melhor o seu programa de seguros e o atendimento das seguradoras. Um robô está sendo programado para avaliar os contratos e também como foi o atendimento de um sinistro. As notas irão mostrar quem são os melhores parceiros de negócios. Uma inovação e tanto, ao dar mais poder ao cliente, um cenário até então raro no Brasil. Outras novidades como essas são aguardadas para 2019, com o centro de inovação MDSLab em construção em Brusque. “Estamos abrindo nosso décimo escritório no Brasil em Santa Catarina, que já é um polo de inovação do país, para enriquecer e estimular as mudanças que a sociedade exige diante da revolução tecnológica. Teremos a filial e o MDSLab no mesmo endereço”.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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