Advogada Ana Petraroli atenderá gratuitamente vítimas de crime de ódio

Crimes de motivação ideológica devem entrar no radar das seguradoras no Brasil. Por enquanto, o que se vê é apenas uma preocupação de que o país vivencie o índice crescente que os Estados Unidos têm registrado desde que Donald Trump foi eleito, em novembro de 2016.

“A situação está bem delicada. Temos visto muitos casos nos jornais e também no nosso dia a dia, dos dois lados, pró e contra o presidente eleito Jair Bolsonaro. Isso nos motivou a criar uma parceria com outros escritórios para atendermos crime de ódio de forma gratuita”, conta Ana Rita Reis Petraroli Barretto, proprietária do escritório que leva seu nome, localizado em Barueri (SP). Outras parcerias começam a surgir nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina e também no Distrito Federal, informou.

“Todos os que se sentirem vítimas deste crime serão atendidos”, afirma a advogada Ana

Os parceiros ficam nas cidades de Mococa, Campinas, Ribeirão Preto, Guarujá e Jundiaí, todas no interior de São Paulo.”Basta a pessoa procurar um dos escritórios parceiros que será atendida por uma equipe gratuitamente”, afirma ela que é pró Bolsonaro, mas que para atendimento não há qualquer ideologia. “Todos os que se sentirem vítimas deste crime serão atendidos”.

Ela, que é especializada em temas ligados ao mercado segurador, diz que a ação, como outras que tem empreendido, como a produção da cerveja artesanal “Segura” e o envolvimento na criação de uma associação sobre diversidade, busca unir pessoas dentro de um propósito de relacionamento do bem. “Queremos apenas ajudar as pessoas a exerceram sua cidadania. O ódio tem criado movimentos irracionais, muitas vezes, que não sabemos onde podem chegar. Nos EUA, por exemplo, onde Donald Trump vai vira uma confusão”, comenta.

Quanto a seguros, ela vê um momento delicado para a indústria. “Não há nada previsto nas apólices sobre crime de ódio, que podem causar danos aos patrimônios e às pessoas. Se um movimento de ódio paralisa uma estrada, por exemplo. Não é greve, nem tumulto. É crime de ódio. Isso pode fazer com que a seguradora contabilize um aumento de pagamento de indenizações por danos ao patrimônio e também por internações de pessoas agredidas fisicamente”, comenta.

O tema ainda é novo para as seguradoras em todo o mundo, uma vez que os crimes sempre aconteceram, mas passaram a ser melhor contabilizados durante a campanha de Donald Trump, que trouxe à tona uma polarização política, algo semelhante ao que tem acontecido no Brasil, com a disputa de candidatos da extrema direita e da extrema esquerda.

Uma pesquisa do Southern Poverty Law Center (SPLC), organização que monitora extremistas nos Estados Unidos, contabilizou 1.094 incidentes de ódio entre novembro de 2016 e fevereiro de 2017, como parte do projeto #ReportHate (denuncie o ódio, em inglês). Entre os locais que mais acontecem os crimes de ódio, o estudo cita escolas, empresas, propriedades privadas, rua, local religioso, trânsito e transporte público.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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