Transformação digital traz maior competitividade ao setor de seguros

Marcos Cardoso, diretor global de seguros da Indra, afirma que melhorar a experiência dos clientes por meio da transformação digital e preparar as seguradoras para o novo perfil de consumidor é o principal foco da área de seguros da empresa, uma das principais empresas globais de consultoria e tecnologia. Veja abaixo a entrevista concedida ao blog Sonho Seguro.

Como avalia o andamento da transformação digital nas seguradoras brasileiras?

A transformação digital nas seguradoras está em diferentes níveis de maturidade e, em nossa visão, as que atuam com seguros massificados estão mais propensas a investir neste processo. Embora de maneira mais conservadora, as seguradoras que atuam com negócios coorporativos também buscam investir cada dia mais em inovação tecnológica para maior competitividade.

Quais segmentos de atuação (auto, vida, saúde, transporte etc) demandam mais transformação?

A transformação digital abrange diferentes âmbitos de inovação, por exemplo, gestão de riscos cibernéticos, vantagens competitivas, experiência do cliente e modelos disruptivos de negócio. Devido aos volumes envolvidos, as carteiras de seguro de automóvel e saúde, têm recebido maior investimento por parte das Seguradoras e por esta razão, estão mais avançadas no processo de transformação digital. Os negócios de seguros Vida e Residência tendem a receber os benefícios destes investimentos, já que as seguradoras buscam equalizar seus processos operacionais e ambientes tecnológicos.

Quais os setores das companhias (subscrição, comercial, financeiro etc) estão em estágio mais avançado?

Pela experiência da Indra, os processos de distribuição, cotação e subscrição são os que estão no estágio mais avançado da jornada de transformação digital e recebem muita atenção por parte das seguradoras. Em carteiras como Auto e Saúde, já identificamos iniciativas de transformação digital no backend, com demandas para atualização e introdução de novas tecnologias, tais como vistoria digital, IoT, Big Data e produtos personalizados.

Como avançar neste processo que requer elevado investimento financeiro diante da crise do país, que tem abalado seriamente as seguradoras?

O investimento em transformação digital é essencial para a competitividade no mercado segurador. Um dos pilares e benefício que a transformação digital proporciona é a eficiência operacional, que tende a baixar os custos operacionais das seguradoras.
Para avançar no processo de transformação digital, as seguradoras devem contar com parceiros estratégicos, com capacidade financeira e atuação internacional como a Indra que, além de conhecer o negócio de seus clientes, tem experiência na implementação de novas tecnologias e soluções próprias de seguros.

O que espera de 2019 em termos de transformação das seguradoras?

A economia compartilhada já é uma realidade e gera impactos relevantes no comportamento social. Acreditamos que o maior desafio das seguradoras será o desenvolvimento de produtos disruptivos e digitais para atrair e atender as necessidades dos novos consumidores de seguros. Para suportar estes produtos as seguradoras deverão reavaliar suas estruturas operacionais e tecnológicas, buscando reduzir custos e proporcionar maior escalabilidade. Desta forma, as seguradoras ganharão vantagem competitiva participando também da economia compartilhada, através de Cloud, BPO e novos modelos de negócios que as auxiliem na jornada de transformação digital. Para tanto, parceiros tecnológicos com experiências comprovadas, em nível global, são fundamentais para as seguradoras se aproveitarem dessa transformação.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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