O Insurance Forum Argentina começa nesta segunda-feira e termina no dia 26, em Bariloche, Argentina. Trata-se da primeira reunião internacional do setor de seguros dos países membros do G-20, no qual os líderes do setor internacional trocarão experiências, idéias e propostas sobre os desafios do mercado global de seguros.
A ideia de criar um evento exclusivo para falar de resseguro e seguro surgiu a reboque da Argentina estar sediando as discussões do G-20 neste ano. O comitê organizador do evento de seguros está responsável por mostrar ao mundo a importância da indústria de seguros como um mecanismo de proteção social para promover a estabilidade e crescimento financeiro e econômico no contexto maior do G-20, que tem como temas a “guerra comercial”, “a regulamentação financeira” e a “redução, até 2035, do déficit global em infraestrutura”, que chega a US$ 5,5 trilhões.

“O objetivo geral é apresentar aos líderes do G-20 o papel das seguradoras como provedores de soluções para alguns dos problemas mais urgentes que o mundo enfrenta hoje, como a falta de recursos para projetos de infraestrutura, um tema que muito significa para todos nós”, comentou José Carlos Cardoso, CEO do IRB Brasil Re, maior ressegurador do Brasil e da América Latina, e também um dos coordenadores do evento.
O convite para a participação do IRB no painel é fundamentada na expressão da fatia de mercado do grupo na America Latina, liderança e resultados obtidos pelo corpo diretivo. “Em quatro anos, tivemos a mais bem-sucedida história de turnaround do país: de R$2,7 bilhões para R$ 20,4 bilhões de valor de mercado, o que nos tornou o oitavo maior ressegurador do mundo”, cita Cardoso.
A abertura será marcada por um coquetel aos convidados, no Llau Llau Hotel, um dos mais charmosos da Patagonia Argentina.
Economias resilientes – As discussões temáticas começam na terça-feira. A primeira delas é “Construindo economias resilientes”, as 9h15.O debate tem como objetivo ressaltar o importante papel que o setor de seguros desempenha no apoio à resiliência e estabilidade da economia, fornecendo proteção financeira a indivíduos e empresas contra os riscos que enfrentam ao longo de suas vidas, seja devido a riscos naturais que afetam seus ativos e meios de subsistência, riscos relacionados a economias insuficientes para aposentadoria ou eventos que afetam a capacidade de geração de renda.
Nos casos em que o setor segurador não oferece um amplo leque de proteção contra esses riscos, eles são muitas vezes transferido para o Estado, representando um risco para as finanças públicas e para a economia em geral, além de gerar um potencial de atrasos na recuperação financeira. A disponibilidade de produtos de seguros que podem ajudar indivíduos e empresas a enfrentar esses riscos e criar melhores oportunidades para planejamento futuro é importante para que as economias cresçam e se desenvolvam de forma resiliente.
As estruturas regulatórias podem garantir que os consumidores recebam produtos adequados e acessíveis, que atendam às suas necessidades de gerenciamento de riscos, contribuindo para apoiar a estabilidade econômica. Microsseguro é um dos pontos do debate.
Neste painel participam Toyonari Sasaki, vice-presidente da Life Insurance Association of Japan; Manuel Aguilera Verduzco, diretor geral do Servicio de Estudos da Mapfre; Shaun Tarbuck, chefe executivo do ICMIF; Rodney Lester, especialista do Center International and Strategic Studies (CSIS); Girish Kulkarni, CEO da Star Union Dai-ichi Life Insurance; e Mike McGavick, CEO da XL Group Ltd. O moderador do painel será Masamichi Kono, Deputy Secretary-General, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OECD).
Investidor Institucional – O segundo painel da terça feira tem como objetivo debater o papel de investidor institucional da indústria de seguros. As companhias de seguros detêm aproximadamente US$ 30 trilhões em ativos, muitos dos quais protegem as obrigações dos segurados. Nos últimos anos, o conjunto de fundos de longo prazo de empresas seguradoras é cada vez mais visto como uma fonte potencial de financiamento para as necessidades de investimento da economia, especialmente no contexto de padrões regulatórios mais elevados no setor bancário.
No entanto, o principal objetivo da regulamentação de seguros é garantir a proteção do segurado, inclusive por meio da solvência das seguradoras. Assim, as decisões de investimento das seguradoras devem apoiar sua capacidade de cumprir suas obrigações para com os segurados, o que pode causar tensão com o desejo de ter mais investimento em infraestrutura e outros investimentos de longo prazo.

Para as seguradoras investirem em classes de ativos que tenham uma longa duração ou gerem riscos maiores, o gerenciamento da exigência de capital é uma consideração importante. Portanto, equilibrar a necessidade de capital adequado e, ao mesmo tempo, permitir que as seguradoras tenham maior espaço para investir nessas classes de ativos tornou-se uma questão cada vez mais importante para os reguladores de seguros e para as seguradoras.
Participam deste painel Nikhil da Victoria Lobo, líder da Swiss Re Americas; Graham Clarke, CEO da Asia Affinity; Joan Lamm-Tennant, CEO da BlueMarble Inc; Rowan Douglas, da Willis Tower Watson; Javier Gonzalez Fraga, presidente do The National Bank of Argentina.
Digitalização. Esse será o tema do painel da tarde de terça-feira. A digitalização da economia é onipresente com implicações para o setor de seguros, em termos de oportunidades para o desenvolvimento de novos produtos e coberturas, canais de distribuição e grandes fontes de dados para subscrição de produtos de seguros e riscos relacionados à digitalização.
O potencial de novas tecnologias e inovação para permitir uma cobertura de seguro maior e melhorar os processos de subscrição de seguros e gestão de sinistros exige que os reguladores de seguros garantam que as seguradoras existentes e as novas introduzam os novos modelos em seus processos de negócios de maneira apropriada.

Por outro lado, a implantação e a dependência de novas tecnologias podem criar riscos: para as operações das seguradoras e para a subscrição de novos riscos, como o risco cibernético, e para os consumidores, cuja segurança pode ser comprometida como resultado da análise de big data.
Isso dá origem à necessidade de que as conseqüências não intencionais de novas tecnologias e inovações sejam cuidadosamente monitoradas e incentiva a aplicação de novas tecnologias e inovações. Assegurar esse equilíbrio criaria oportunidades para o setor de seguros, bem como o potencial para melhorar a cobertura do cliente.
Para debater esse tema tão atual e sensível, o Insurance Fórum conta com Inga Beale, CEO do Lloyd’s of London; Claudia Dill, Latam CEO Zurich; Bernard Spitz, da FFA Chair; Julie McPeak, president da NAIC e comissário do departamento de comércio e seguro do Tennessee; Romain Launay, COO do grupo SCOR, Group e Jeffrey Chen, CEO da chinesa ZhongAn.
Resseguro – Na quarta-feira, último dia dos debates, o tema será o resseguro. E para isso não poderia faltar o IRB Brasil Re, maior ressegurador da América Latina. O CEO José Carlos Cardoso será um dos palestrantes no painel “Negócios globalizados – a regulamentação global do mercado de resseguro. A proposta do painel é discutir o suporte que os mercados internacionais de resseguros (tradicionais e alternativos) podem dar às seguradoras, tanto para acessar novos mercados como contribuir para a diversificação dos riscos através das fronteiras.
Para isso, garantir a disponibilidade de resseguro internacional de maneira aberta e transparente, inclusive por meio de transações internacionais, é importante para permitir que as seguradoras tenham capacidade de seguro suficiente. O tom do debate visa maior abertura, sem impedimentos indevidos sobre o acesso aos mercados internacionais. A OCDE fornece uma estrutura para os países que se comprometerem a ter mercados abertos e transparentes em uma estrutura multilateral, além de apoiar discussões sobre como isso pode ser alcançado.
Também participam Eric A. Cioppa, presidente da NAIC e Superintendente do Maine Bureau of Insurance; Alejandro Simón, CEO da Sancor Seguros; John M. Huff, presidente e CEO da Association of Bermuda Insurers & Reinsurers; Francis Bouchard, Head of Communication and Public Affairs da Zurich; e Anja Biendarra, CEO da Munich Re Bogotá.
A jornalista viajou a convite do IRB Brasil Re