Aumenta pressão sobre fabricantes de armas nos EUA

Fonte: AFP

Apontados como um dos culpados pelo massacre com um fuzil de assalto que deixou 17 mortos em uma escola de Ensino Médio na Flórida, os fabricantes de armas americanos – já enfrentando uma difícil situação financeira – começam a sofrer a desconfiança das grandes empresas que começaram a se afastar.

Pressionadas nas redes sociais, as empresas de aluguel de automóveis Hertz e Enterprise, as companhias de seguros Metlife e Chubb e a empresa de segurança em informática Symantec desistiram de permanecer associadas à NRA, o poderoso lobby das armas nos Estados Unidos.

Na sexta-feira (23), essas empresas puseram fim, oficialmente, às suas respectivas alianças. Na maioria dos casos, essas parcerias consistiam em dar vantagens aos membros da NRA que quisessem, por exemplo, alugar um carro, ou contratar um seguro específico.

“As reações dos clientes nos estimularam a rever nossas relações com a NRA”, explicou em sua conta no Twitter o First National Bank of Omaha, um dos maiores emissores de cartões de crédito dos Estados Unidos. Na sexta-feira passada (23), a hashtag #BoycottNRA foi um dos tópicos do momento no Twitter.

“Há muitas reações hostis” em relação à indústria das armas, comenta Jeff Pistole, um vendedor de armas do Arkansas (sul dos EUA), em conversa com a AFP. No início, (os fabricantes) diziam: “com Trump como presidente, não temos com o que nos preocupar”, disse Pistole, referindo-se ao endurecimento da regulação sobre posse e porte de armas.

Em sua campanha à Presidência, em 2016, Trump recebeu US$ 30 milhões da NRA e é um ferrenho defensor do direito constitucional ao porte de armas. Segundo Pistole, a dinâmica mudou, porém, após o tiroteio em 14 de fevereiro último na escola de Parkland, na Flórida. A maioria dos 17 mortos era adolescente.

Tradicionalmente, depois de um tiroteio, a venda de armas aumentava nos Estados Unidos pelo temor de seus adeptos de uma restrição da regulação, conta o vendedor, acrescentando que, em um segundo momento, a demanda cai, já que as condenações políticas não são seguidas de medidas concretas.

Desta vez, porém, alguns dos alunos sobreviventes da tragédia se tornaram, em pouquíssimos dias, figuras de um movimento nacional espontâneo que pede aos congressistas o endurecimento das leis sobre as armas pessoais.

Sob pressão, Trump pediu ao Departamento de Justiça que melhore as verificações dos antecedentes psiquiátricos e criminais dos compradores de armas de fogo e se declarou a favor do aumento da idade legal para compra de algumas armas para 21 anos. O agressor da Flórida tinha 19.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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