O lucro líquido do mercado segurador totalizou R$ 9,8 bilhões de janeiro a setembro de 2017, abaixo dos R$ 10,6 bilhões registrados em mesmo período do ano anterior, segundo estudo realizado pela consultoria Siscorp com base nas estatísticas enviadas pelas seguradoras para a Superintendência de Seguros Privados (Susep). A expectativa é de que o lucro mingue ainda mais com a queda da taxa básica de juros, que remunera praticamente a totalidade da carteira de investimentos das seguradoras, que se aproxima de R$ 1 trilhão.
Marcelo Picanço, diretor da Porto Seguro, a elevada taxa Selic trouxe um ganho financeiro extra para as companhias e que agora o ganho vem de outras frentes, como produtos inovadores, acesso a novos mercados e públicos bem como pela redução de custos administrativos com o uso da tecnologia que simplifica operações. “É preciso correr inovar e buscar novas frentes, pois tentar ganhar mercado com prática de preço sem amparo de uma boa subscrição será desastroso em tempos de mudanças de paradigmas como vemos hoje na carteira de automóvel”.
Quatro grupos formam o “clube do bilhão” e todos tem bancos como acionistas. Bradesco, BB Mapfre, Itaú e Caixa. A líder do ranking de lucro líquido é a Bradesco Seguros, com R$ 3,19 bilhões, valor inferior aos R$ 3,35 bilhões registrados em mesmo período de 2016. A BB Mapfre vem em segundo, com R$ 1,99 bilhão, abaixo dos R$ 2,35 bilhões de janeiro a setembro de 2016. Em terceiro vem a Caixa, a única que registrou avanço no lucro, de R$ 1,018 bilhão para R$ 1,141 bilhão. O Itaú registrou forte queda decorrente da reestruturação de foco em produtos, recuando de R$ 1,8 bilhão de janeiro a agosto de 2016 para R$ R$ 1,085 de janeiro a setembro deste ano.
O clube dos “milhões” começa com a Zurich na quinta colocação, com R$ 545 milhões. A Porto Seguro está na sexta colocação, com R$ 478 milhões. SulAmérica vem em sétimo lugar, com R$ 252 milhões, seguido pela Icatu, com R$ 212 milhões. Completando o ranking das 10 maiores temos Tokio Marine, com R$ 126 milhões, e AIG, com R$ 121 milhões.
No ranking de perdas temos Generali (R$ 66 milhões), AXA (R$ 53 milhões), Allianz (R$ 45 milhões), QBE (R$ 41 milhões), Swiss Re (R$ 13 milhões)e Sancor (R$ 10 milhões).