Joint venture entre Swiss Re Corporate Solutions e Bradesco mira liderança de riscos corporativos

A expectativa dos corretores e clientes com a associação da Swiss Re Corporate Solutions com a Bradesco Seguros, que criou a terceira maior seguradora de ramos corporativos com atuação no Brasil, superada apenas por Chubb e Mapfre, é grande. Eugenio Paschoal de Barros Antunes, CEO da corretora Marsh Brasil, disse ao blog Sonho Seguro que ter uma empresa com dois pesos pesados traz um ganho significativo para o segmento de grandes riscos. “Concorrência sempre é bem vinda para trazermos soluções diferenciadas aos nossos clientes. Todos estão ansiosos para o pleno funcionamento desta joint venture”.

Eduardo Toledo, da corretora de resseguro Somus, também comemora a parceria: “É um grande player e certamente trará ganhos para todos, principalmente em inovação de produtos e qualidade de atendimento”, disse. Até mesmo o IRB Brasil Re comemora a parceria. José Farias, responsável pela diretoria corporativa de resseguros, comentou que está otimista com a joint venture e não teme perder negócios do acionista Bradesco para a concorrente Swiss Re. “Não creio que perderemos negócios, pois a pulverização de risco é uma característica do mercado de resseguro”, disse.

Luciano Calheiros, presidente da Swiss Re Corporate Solutions no Brasil, afirmou que esse é um momento muito importante para a companhia. “A força comercial da Bradesco Seguros, aliada a experiência global e produtos modernos da Swiss Re Corporate Solutions, fortalece a nossa liderança e atuação no mercado brasileiro. Gostaria de agradecer todo empenho das equipes envolvidas antes, durante e após essa integração”, disse ele no último dia 31, durante coquetel de celebração da joint venture, em São Paulo. O evento contou com a presença de mais de 350 pessoas, entre clientes, corretores e especialistas do setor de seguro.

As duas empresas possuem competências e carteiras complementares: enquanto a carteira da Bradesco Seguros se concentra em ramos elementares (principalmente nas linhas patrimonial, transporte e aviação), a da carteira da Swiss Re Corporate Solutions atende, principalmente, as linhas de seguros rural e garantia.“Essa importante associação combina a nossa presença nacional e força de distribuição – composta por mais de 40 mil corretores cadastrados, 5.300 agências Bradesco e 140 sucursais Bradesco Seguros – com a expertise internacional da Swiss Re Corporate Solutions”, destacou Lazari, que também é vice-presidente do banco Bradesco.

Segundo Guilherme Perondi, Head de vendas da Swiss Re Corporate Solutions no Brasil, a meta é consolidar a integração da companhia, que absorveu praticamente todos os funcionários da Bradesco. “Cerca de 55% dos contratos de seguros vindos da Bradesco tem renovação até dezembro. Nossa dedicação está em buscar as melhores soluções para os clientes e também em avaliar os riscos, pois a boa subscrição dos contratos é a prioridade do grupo, que vem investindo de forma consistente no Brasil e América Latina”.

Newton Queiroz, Head de vendas da Swiss Re Corporate Solutions para a América Latina, disse o grupo suíço tem priorizado a América Latina em seus investimentos, que atualmente representa cerca de 12% do volume de vendas do grupo no mundo. Há cinco anos, a região representava apenas 4%”, informou. O Brasil vem registrando o maior crescimento, seguido por Colômbia e México. A maior preocupação dos acionistas não é com as eleições presidenciais em 2018 nos três países. “A grande preocupação é como ficará o subsidio para o setor agrícola”, comenta Queiroz.

Quanto ao comportamento dos preços, todos são enfáticos a afirmar que a subscrição é um dos pontos mais prioritários para o grupo suíço. Queiroz aposta num reajuste mundial de preços diante das perdas com catástrofes, como os furacões que assolaram regiões dos EUA em setembro, bem como o incêndio na Califórnia. A Swiss Re estima um volume de indenizações superior a US$ 3 bilhões.

“Tal tendência será verificada em janeiro, quando acontecem as principais renovações de resseguro no mundo”, acrescentou. Para México e Caribe, que registraram fortes perdas, o executivo disse que já foi verificado um reajuste de preço entre 5% a 15% nos contratos renovados. “Em 2018 algum reajuste ou aumento de franquias deve chegar também ao Brasil, pois as principais resseguradoras do mundo registraram perdas significativas”.

Os próximos passos da joint venture, ressaltando que as áreas de Underwriting, Sinistros, Engenharia de Riscos e Operações darão suporte diretos nas negociações e atendimento, tanto em São Paulo, quanto no Rio de Janeiro, onde acaba de ser inaugurado o novo escritório da seguradora na região da Candelária. Além disso, novas linhas de negócios fazem parte da estratégia da companhia, como Aeronáuticos, Responsabilidade Civil, Riscos de Engenharia, Cascos e D&O. “Contamos com a parceria de nossos corretores e a confiança de nossos clientes. Nossa união e proximidade são muito importantes para que esse negócio seja cada vez mais rentável e para que juntos possamos crescer nesse mercado tão promissor que é o Brasil”, reforçou Calheiros.

“Chubb e Mapfre que se cuidem. Temos vocação para liderança”, disse o CEO do grupo Bradesco Seguros “Tinhamos uma operação tímida em grandes riscos, pois não era nosso core business. Temos os clientes e fomos buscar alguém com expertise e encontramos a Swiss Re, que é uma gigante mundial com profundo conhecimento deste segmento. Nós temos uma máquina de vendaSão duas empresas que tem muita complementariedade, com o conhecimento do ramo da Swiss Re e a força de vendas da Bradesco Seguros”.

Lazari também destacou que o grupo tinha uma participação tímida e com a associação isso ganha um novo olhar. “Nossa convicção é de que o seguro de grandes riscos é um negócio promissor no Brasil e que certamente a joint venture capturará as oportunidades que virão com a retomada do crescimento do país, principalmente no que tange às demandas de infraestrutura.”

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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