O American International Group divulgou perdas de US$ 1,74 bilhão no terceiro trimestre, pois absorveu perdas com contratos de catástrofes afetados com os furacões nos EUA. Os valores superam os US$ 3 bilhões. principalmente dos furacões Harvey, Irma e Maria. Em toda a indústria global de seguros, as seguradoras enfrentam uma conta de US$ 68 bilhões a US$ 148 bilhões, com base em estimativas de empresas de modelagem de risco. Os resultados do terceiro trimestre também foram afetados pelo aumento das reservas de sinistros não relacionadas, informa comunicado do grupo distribuído à imprensa nesta sexta-feira.
Os números refletem o primeiro trimestre completo sob a liderança de Brian Duperreault, que foi nomeado CEO em maio, para melhorar a rentabilidade do grupo que vem buscando se reinventar desde a crise financeira de 2008, quando foi socorrida pelo governo americano com quase US$ 200 bilhões. De lá para cá já devolveu o empréstimo estatal, mas segue na mira dos acionistas, que exigem a todo balanço resultados mais robustos, pressionando executivos.
No Brasil, a AIG saiu do prejuízo e voltou a figurar entre os maiores lucros do setor no período de janeiro a agosto, com R$ 109 milhões em ganhos, sendo o nono maior do setor no período. Segundo dados da consultoria Siscorp, a AIG tem o terceiro melhor ROE do mercado, com retorno de 42% até agosto. O grupo também conta com novo CEO. Fabio Protásio Oliveira já atuava no grupo AIG como diretor de Property e Special Risks e de Seguros para Pessoas Físicas no Brasil. Ele sucede Paride Della Rosa, que, recentemente, foi nomeado presidente da Zona Sul dos EUA. “2016 e 2017 foram anos de transição para a AIG, que está pronta para colher frutos da retomada da economia em 2018”, disse Oliveira ao blog Sonho Seguro.
O grupo vendeu algumas operações da América Latina para a Fairfax, mas manteve o Brasil. “Desde que o novo CEO mundial assumiu, o Brasil foi o segundo país na agenda de visitas e o primeiro com teleconferência ao vivo com investires, sinalizando que o grupo está disposto a investir, crescer e buscar rentabilidade no país”, destacou Oliveira. Depois de vender algumas operações, como a carteira de automóvel para a Porto Seguro e a carteira de seguro garantia estendida e riscos diversos massificados para a Assurant, o foco da AIG no país segue em clientes de grandes riscos, linhas financeiras e seguro empresarial para pequenas e médias empresas.
Entre as novidades, Oliveira cita o lançamento do seguro de responsabilidade civil para médicos e o portal do corretor, no qual o profissional de vendas conta com facilidades para levar aos clientes empresariais os seguros patrimoniais e de linhas financeiras.
Para 2018, o crescimento previsto é de “dois dígitos” e a aposta de Oliveira está em produtos como seguros cirbernéticos, fusões e aquisições, erros e omissões, bem como POSI, seguro específico para oferta pública de ações. “Esta modalidade de seguro oferece relevante proteção às empresas durante o processo da oferta e temos participado de várias emissões realizadas neste ano”, contou. Outro destaque, segundo ele, é o seguro ambiental, com avanço de 60% de 2016 para 2017. “Ainda é uma carteira pequena, mas a demanda aumenta com consistência”.