Fonte: Estadão
O jornal O Estado de São Paulo traz hoje reportagem com um resumo da pesquisa Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 2.952 companhias. A pesquisa mostra que quase um terço das empresas do setor foi vítima de crimes em 2016.
Conta que empresas constroem muros cada vez mais altos, monitoramento eletrônico avançado, vigias e seguros para todo tipo de sinistro para se protegerem dos riscos. Mas no ano passado, as indústrias tiveram prejuízo de R$ 27 bilhões com roubos, furtos, vandalismo e gastos com seguros e segurança privada, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 2.952 companhias. A pesquisa mostra que quase um terço das empresas do setor foi vítima de crimes em 2016.
“O reflexo disso é o aumento do custo de produção, redução da produtividade do trabalho e, consequentemente, da competitividade”, afirma o gerente de Pesquisa da CNI, Renato Fonseca, responsável pelo levantamento. Não por acaso, no período 2016/2017, o Brasil ficou na terceira pior colocação no ranking de competitividade do instituto IMD, com 63 nações. Sem infraestrutura, excesso de burocracia e uma enorme deficiência na segurança pública, as empresas têm enfrentado grandes barreiras para fazer – ou manter – negócios no País.
A reportagem conta que mais da metade das empresas industriais tem seguro contra roubo ou furto. A contratação é mais comum na indústria de transformação, que normalmente tem produtos de maior valor agregado. Mas o seguro custa caro. Para cerca de 13% das empresas que contrataram seguro no ano passado, o gasto representou entre 1% e 2% do faturamento.
Nem sempre, no entanto, essa é uma alternativa. Para algumas cargas e regiões, as seguradoras têm se recusado a fazer contratos. O Rio de Janeiro, por exemplo, está quase nessa situação, afirma o coronel Souza. Ele explica que muitas empresas de transporte rodoviário não têm aceitado fazer viagens para a cidade do Rio por causa da explosão no caso dos roubos de carga. Até 2013, diz ele, o número era da ordem de 3 mil casos. No ano passado, subiu para 9 mil e neste ano deve passar dos 10 mil. “Nesse ritmo, o Rio corre um elevado risco de um colapso logístico, de desabastecimento.”
Canteiros. Outra opção é a contratação de segurança privada, estratégia muito usada pela indústria extrativa e da construção nos canteiros de obras. Normalmente, os bandidos entram nas construções e levam de tudo, desde peças baratas como torneiras até cabos e equipamentos pesados mais caros. Além de evitar roubos e furtos, os vigias e seguranças tentam reduzir os prejuízos com vandalismos. Isso ocorre muito em obras mais emblemáticas e polêmicas, como o setor de infraestrutura. Nesses casos, a perda de máquinas e equipamentos é muito grande e os prejuízos pelo atraso dos empreendimentos ainda maior.
“A forte recessão econômica e a falência dos Estados (e municípios) têm ajudado a elevar o nível de criminalidade no País. E, com isso, as empresas têm tido perdas e custos ainda maiores”, afirma Fonseca, da CNI.