O blockchain já começa a fazer parte do dia a dia do mercado segurador. A tecnologia se propõem a garantir a segurança das operações com moedas digitais e funciona por uma cadeia de blocos criptografados, o que ajuda a reduzir custos no back office com menor necessidade de infraestrutura, garante Fernando Wosniak Steler, CEO da Direct.One.
Ele participou do painel “Blockchain está saindo do estágio experimental?”, realizado no Insurtech Brasil, evento realizado pela Conexão Insurtech, no dia 18 de agosto.
No catálogo da empresa constam clientes de peso, como Youse, já habilitada, e outra em processo de implementação, como HDI, BB Seguros, Via Varejo, Tokio Marine, AXA e Qualicorp. “Hoje, o Blockchain vem sendo experimentado em vários segmentos de mercado.
Na solução de Blockchain da Direct.One, chamada http://certifica.do, uma vez inserido um contrato inteligente (Smart Contract) na rede Ethereum, nenhum usuário pode mais apagá-lo ou modificá-lo, com possibilidade de auditoria pública”, informa.
Segundo Steler, a segurança dos dados durante transações comerciais e financeiras é a principal meta do Blockchain, uma vez que usa uma estrutura digital que propõe transparência nas operações e busca evitar gastos duplos, falsificação e adulteração de informações.
Para dar validade jurídica em âmbito nacional ao processo de Blockchain, a Direct.One desenvolveu em cima da rede Ethereum um sistema baseado tanto na Medida Provisória No 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, texto que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), como na Resolução CNSP 294, difundida pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) com as regras para comercialização e formalização de seguros por Meios Digitais e Remotos.
Segundo ele, foram agregados três itens probatórios para gerar consenso nos documentos emitidos pela empresa: Assinatura Digital com Chave Pública e Privada ICP-Brasil; Carimbo do Tempo com Data e Hora Legal fornecida pelo Observatório Nacional; e registro nos “ledgers” da Ethereum Network com as informações não sigilosas dos contratos para gerar consenso e sistema anti-fraude.
No mesmo painel estava a Mutual Life, uma plataforma mobile que permite às pessoas adquirir a proteção peer-to-peer (P2P). A Mutual.Life tem tudo a ver com a ajuda que a tecnologia tem trazido para aproximar pessoas, facilitando e economizando seu tempo e dinheiro. O objetivo é possibilitar que conhecidos criarem grupos com pessoas riscos semelhantes para compartilharem ganhos e perdas, num processo de mutualismo como o das seguradoras, porém muito mais simples e democrático, segundo explicou Fabricio Matos.
A startup não é seguradora, uma vez que não recebe pagamento dos clientes e nem paga indenização. “A Mutual.Life quer proporcionar uma nova experiência de usuário, eliminando conflitos de interesse entre seguradora e segurado e diminuindo a assimetria de informação entre os participantes”, diz. A tecnologia Blockchain neste processo administrado pela Mutual Life é vital para que o grupo gerencie seus recursos desbloqueando-os apenas por meio do voto da maioria.
Excelente artigo.