A vida dos principais executivos da área de seguridade do Banco do Brasil anda agitada. A notícia da vez é: todos querem saber quem a BB Seguridade e o Banco do Brasil vão nomear para ser o novo presidente da divisão de seguros rural, habitacional e vida da BB Mapfre. O BB tem a preferência em indicar o presidente para a BB Mapfre SH1, que reúne as áreas de vida, rural e habitacional, hoje comandada por Roberto Barroso, que vai se aposentar em breve. Já a Mapfre tem a preferência em indicar o presidente da SH2, na qual estão as operações de automóvel, seguros gerais e afinidades. E isso foi feito em maio de 2016, quando foi escolhido o espanhol Luis Gutiérrez Mateo, que tomou posse em janeiro deste ano.
“O nome do sucessor de Barroso está guardado no cofre do Banco do Brasil e a chave está no ministério da Fazenda. Quiçá com o presidente da República Michel Temer”, comentavam alguns executivos em uma roda de conversa animada durante a cerimônia promovida pela Associação Nacional de Seguros Privados (ANSP), no Palácio do Governo, ontem, em São Paulo. A festa reuniu os principais porta vozes do setor e contou com a presença do governador Geraldo Alckmin.
O grupo BB Mapfre completou cinco anos de atuação no mercado segurador brasileiro em 2016. A empresa saltou de 15,7% de market share, em 2011, para algo próximo de 18% de participação de mercado em 2016. A Mapfre, maior grupo segurador da Espanha, no entanto, é apenas uma das várias sócias que o BB tem em seguridade. A BB Seguridade possui 49,99% do capital votante e 74,99% do capital total da BB Mapfre SH1 (vida, rural e habitacional). Já na Mapfre BB SH2, a BB Seguridade possui 49% de seu capital votante e 50% de seu capital total.
A BB Seguridade é a holding que controla os negócios de seguros do Banco do Brasil. Além da BB Mapfre, tem a BrasilPrev em parceria com a americana Principal na venda de planos de previdência privada. O ex-subsecretário da Dívida Pública do Tesouro Nacional Paulo Valle é o presidente da BrasilPrev desde 2016. Já a BrasilCap tem como parceria a seguradora Icatu. Em fevereiro deste ano, o presidente da BrasilCap, Márcio Lobão, pediu licença da presidência da empresa após ser alvo de uma das operações da Lava Jato, a batizada de Leviatã, que investiga desvios e pagamento de propina em contratos da Hidrelétrica de Belo Monte. Em abril foi reconduzido ao cargo.
No IRB Brasil Re, maior ressegurador do pais, o BB tem 20,4% de participação. Aqui também teve mudanças. O vice presidente de marketing Mario Di Croce, que estava no cargo desde 2010, foi demitido em março para dar lugar a Airton Renato de Almeida Filho, cujo pai é assessor do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Mesmo com vetos dos acionistas privados (Itaú e Bradesco), a indicação de Almeida Filho foi concretizada.
Também faz parte da BB Seguridade a corretora de seguros do BB, responsável por boa parte do lucro da holding. Em recente entrevista a Agência Reuters, Paulo Caffarelli, presidente do Banco do Brasil e que foi um dos executivos que comandou o IPO da BB Seguridade em 2013, na época considerado o maior IPO do mundo, com captação de R$ 11,4 bilhões, disse que o banco submeterá ao conselho de administração proposta de criar uma nova vice-presidência de seguros, que será o ocupada pelo presidente da subsidiária BB Seguridade, José Maurício Pereira Coelho. Segundo o presidente do BB, a medida visa a melhorar a governança do grupo, dado que a subsidiária responde por importante parcela das receitas do conglomerado.
Em 2016, a BB Seguridade divulgou lucro líquido ajustado de R$ 4,107 bilhões, montante 4,1% superior ao registrado em 2015, de R$ 3,945 bilhões. Com esse crescimento, o resultado ficou mais próximo do teto do guidance do exercício, de avanço de 4% a 8%. Para este ano, a BB Seguridade divulgou meta mais conservadora. A companhia espera que seu lucro líquido ajustado cresça de 1% a 5% em relação a 2016. Já os analistas, principalmente os do BTG Pactual, apostam numa melhora do risco-retorno e benefícios que podem ser obtidos com a reforma da Previdência, especialmente pela BrasilPrev, braço de previdência privada do BB em parceria com a americana Principal.
Vamos acompanhar e ver como fica.