Encontro no Rio destaca a importância das Ouvidorias na comunicação das empresas com os consumidores e a sociedade

Fonte: CNseg

As ouvidorias são fundamentais não só no atendimento às demandas específicas dos clientes como na própria comunicação das empresas com os consumidores e a sociedade. Essa foi a visão predominante nos debates da III Celebração do Dia do Ouvidor e do Dia Internacional do Consumidor, promovida nesta terça-feira (14) pela CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras). O evento, realizado na sede da Confederação, no Rio, contou com a presença de 25 ouvidores e de representantes de seguradoras, de órgãos federais e da área de defesa do consumidor, aproveitando a celebração do Dia Internacional do Consumidor, nesta quarta-feira (15), e do Dia do Ouvidor, nesta quinta (16).

Já na abertura, o presidente da CNseg, Marcio Serôa de Araujo Coriolano, enfatizou a importância cada vez maior dos ouvidores para o mercado segurador: “É fato que as ouvidorias do setor de seguros vêm se destacando não apenas como instância final de atendimento quanto como centros privilegiados de informação, contribuindo para corrigir e aprimorar produtos, serviços e procedimentos”.

No painel “O consumidor e as ouvidorias sob a perspectiva dos reguladores”, o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor e secretário substituto da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), André Luiz Lopes, afirmou que, de modo geral, as ouvidorias “ainda têm um papel subaproveitado, muito reativo” e precisam ser “um canal de melhoria da comunicação”. “Estamos falando de ação, prática, mais do que de retórica. Quando consigo estabelecer uma melhor interação, sou capaz de gerar transformação”, afirmou. O coordenador de Atendimento ao Público da Susep, Gabriel Melo da Costa, disse que, com a obrigatoriedade da constituição de ouvidorias pelas sociedades seguradoras, a partir de 2013, elas se tornaram um mecanismo de solução muito mais eficiente, dando maior espaço para a Susep tratar de questões regulatórias. Já a diretora de Fiscalização da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), Simone Sanches Freire, disse que mais de 90% do mercado regulado pelo órgão conta com ouvidores atualmente. Em 2015, afirmou, foram encaminhadas às ouvidorias dessas empresas 508 mil manifestações de consumidores, enquanto a agência recebeu apenas 102 mil, o que revela a importância do trabalho dos ouvidores. “Quem entra em contato com a ouvidoria tende a não registrar reclamação na ANS, porque já foi atendido no que estava procurando”, afirmou. O painel teve como moderador Alexandre Leal, superintendente-executivo técnico da CNseg.

No segundo painel, “Conquistas e desafios das ouvidorias”, o ouvidor da Seguros Unimed e presidente da Comissão de Ouvidoria da CNseg, Silas Rivelle Junior, disse que a ouvidoria “é o real representante do cliente dentro da corporação, defende seus direitos e interesses”. “Somos educadores, esclarecedores. Nem sempre o cliente faz jus ao direito pleiteado, então cabe ao ouvidor fazer o esclarecimento”, afirmou. O painel, mediado pela presidente da FenaSaúde, Solange Beatriz Palheiro Mendes, teve ainda a participação de Gisele Garuzi, ouvidora da Bradesco Seguros, e Márcia Lagrotta, ouvidora da Mongeral AEGON Seguros e Previdência, ambas integrantes da Comissão de Ouvidoria da CNseg. Solange Beatriz destacou a importância das ouvidorias: “Buscamos essa interação, no afã do aperfeiçoamento, do diálogo, da confiança, para que os ouvidores nos digam quais são os problemas e possamos externar o posicionamento do mercado”.

No último painel, “As expectativas da Defesa do Consumidor”, o diretor de Pesquisas e Projetos do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), Ricardo Morishita Wada, propôs que, em vez de focar a questão nos números de atendimento das ouvidorias, as empresas se voltem para o planejamento do futuro na relação com o consumidor: “Por que não conseguimos planejar os próximos dez anos? O que queremos entregar para o consumidor? E como nós, como sociedade, chegaremos lá?”. Para Morishita, é preciso “pensar numa defesa do consumidor que construa valores, e a ouvidoria deve lutar para que o mundo seja um lugar melhor para todos”. Participaram também do painel Maria Stella Gregori, professora de Direito do Consumidor da PUC-SP, e Claudia Francisca Silvano, presidente da Associação Brasileira dos Procons, que reconheceu o esforço das empresas em melhorar sua relação com os consumidores: “Está provado que é possível dialogar. Acho que estamos no caminho certo”.

No encerramento, o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, abraçou com entusiasmo a proposta de planejar para o consumidor do futuro e lembrou o Programa de Educação em Seguros, lançado pela entidade em 2016. “Tudo que queremos com o programa é empoderar de verdade o consumidor, dar informação, conhecimento. O consumidor só pode escolher quando tem educação, no sentido cidadão do termo, que é o de ter conhecimento suficiente para tomar melhores decisões.”

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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