Depois de meses de discussões, o seguro popular de carro já tem regras mais claras e poderá ser lançado pelas seguradoras. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) autorizou, em publicação no Diário Oficial da União desta segunda-feira. Várias seguradoras já tem o produto pronto. Vamos ver quem vai lançar. O produto pode custar cerca de 30% menos do que o seguro tradicional por prever a utilização de peças não originais, mas que seguem as especificações técnicas determinadas pelas fábricas, na reparação de veículos segurados.
O seguro auto popular é uma das apostas das seguradoras para driblar a queda de mais de 3% na receita do seguro automóvel, líder nas vendas no segmento de seguros gerais. A queda nas vendas é consequente do recuo das vendas de carros zero quilômetro, que representam cerca de 80% da demanda por seguro. O primeiro semestre de 2016 foi o pior em 10 anos para a indústria automobilística, com um recuo de 25,4% nas vendas no país. Além de vendas fracas, o seguro de carro enfrenta elevação do pagamento de indenizações, uma vez que o índice de roubo e furto tem apresentado forte elevação em diversas cidades do país, segundo informou João Francisco Borges, presidente da Federação Nacional de Seguros Privados (Fenseg). Também pesa no indicador de eficiência o impacto da inflação sobre os valores de peças para reparos de veículos.
Com a regulamentação divulgada nesta segunda-feira, a expectativa agora é saber como as seguradoras se movimentarão para ter peças para usarem nos consertos dos veículos. Apenas a Porto Seguro já tem uma estratégia para peças recicladas, com a Renova Ecopeças, criada há quase dois anos, mas que ainda tem um portfolio limitado.