Flávio Faggion é um dos mais destacado consultor e analista quando o assunto é mercado segurador brasileiro. Depois de trabalhar décadas em seguradoras, se juntou em 2003 a consultoria Siscorp, fundada em 1993 por Dawson Henriques e Marcelo Freitas. Para ele, a expectativa é de que o mercado de seguros brasileiro alcance ao final de 2016 a arrecadação de R$ 395 bilhões, significando crescimento de 1,5% sobre 2015 em moeda normalizada. Sobre o PIB, a arrecadação deverá representar 6,4%, contra 6,1% em 2015.
Ele explica que as projeções refletem de um lado as dificuldades do desenvolvimento da economia brasileira e de outro, a capacidade histórica do mercado de se manter com crescimentos anuais superiores ao do PIB. Porém, este fenômeno não é fato consumado, e muito menos quando se individualizam as operadoras atuantes no mercado.
“Além das variáveis econômicas e políticas presentes em nosso país, a sociedade passa por momentos de transformações nas transações comerciais, com novas práticas desafiando processos até então inquestionáveis, surgindo sem grandes alardes”, destaca em seu estudo com projeções até 2019.
Para ele, o mercado de seguros por sua representatividade expressa em um de seus fundamentos, como são os volumes dos recursos administrados, tem se mantido de certa forma e com algumas exceções, conservador em suas práticas empresariais, pouco inovando em processos de valorização/conhecimento do cliente, no aperfeiçoamento ou criação de produtos concebidos segundo as necessidades de uma sociedade mais informada, e distribuição ainda carente de tecnologia mais atual/inovadora, focada para facilitar.
Ele destaca que alguns movimentos começam a tomar forma neste ano. São aguardados novos operadores com modelos mais convergentes com os dias atuais, que podem assumir alguns riscos e expectativa de resultados mais alongada. “As limitações do desenvolvimento do país acabam favorecendo, por paradoxal que possa parecer, esse cenário para novas atitudes e o mercado de seguros não pode ter uma postura de observador, terá que participar, aceitar os desafios postos, buscar inovações e gerenciar com modernidade. A história do mercado mostra que existem condições de superação, mas é preciso agir para sobreviver”, sentencia.