XVII Conec: Olhar para frente e trabalhar muito para evoluir. Esse é o mantra dos porta vozes do setor

14591862_10210217121245658_3441901988194095558_nComeçou ontem o XVII Conec, principal evento de corretores de seguros no país. Neste ano o tema é: “Aprender, Empreender e Ser: Corretor de seguros, o caminho seguro da distribuição”. O Brasil conta com mais de 95 mil corretores de seguros, sendo aproximadamente 60 mil pessoas físicas e 35 mil pessoas jurídicas, segundo dados da Federação Nacional dos Corretores (Fenacor). A sessão solene de abertura que aconteceu no Anhembi, a partir das 20 horas, contou com os principais porta vozes do setor. O discurso de todos pode ser resumido em um único mantra: otimismo e crescimento com inovação e suprema qualidade no atendimento ao consumidor.

Com mais de 6,5 mil inscritos, a programação de debates começa hoje e se encerra no sábado. A sexta-feira começa com a reflexão sobre o atual momento do Brasil, com foco nas perspectivas políticas e econômicas, com comentários dos dois jornalistas globais, Willian Waack e Mara Luquet. As 11h, presidentes das seguradoras Porto Seguro, HDI, Tokio, Allianz, BB Mapfre, Zurich e Bradesco debatem o tema “O futuro da corretagem de seguro”.

“Conflitos e Soluções – Uma Nova Agenda Para o Mercado De Seguros” será o tema do painel que terá o presidente da Fenacor, Armando Vergilio, Joaquim Mendanha de Ataídes, da Susep, Marcio Coriolano, presidente da CNseg, José Farias de Sousa, diretor do IRB Brasil Re, e Robert Bittar, presidente da Escola Nacional de Seguros. O evento ainda conta com painéis sobre os mais diversos ramos de seguros, com especialistas de cada área, comentando os temas mais relevantes do mercado, e com a Exposeg, a tradicional feira que traz infinitas atrações aos participantes que visam estreitar o relacionamento com as companhias.

O governador de São Paulo Geraldo Alckmim foi representado por José Renato Nalini, secretário da educação de São Paulo. “Se há uma instituição que merece o respeito é a de seguros e o seu corretor desempenha o papel importantíssimo de aconselhar e proteger”, afirmou em seu discurso na abertura solene ontem. Segundo ele, o governo paulistano trabalha em um projeto de educação em seguros, que pretende levar noções de seguros a crianças e jovens em diversas frentes educacionais. Coriolano destacou também a educação. “Ajudar o setor a crescer com sustentabilidade é o maior compromisso da CNseg para o desenvolvimento do Brasil”.

O presidente da CNseg tem destacado em seus discursos que a meta da sua gestão é tornar o seguro algo simples para que a população perceba a importância das proteções que as seguradoras ofertam e saibam decidir qual o melhor dos produtos para os diversos ciclos da vida de uma pessoa, de uma empresa, de um governo. Estão previstas mais de 20 ações , entre elas as cartilhas, simplificarão cerca de 36 temas que circundam o setor.

Para Coriolano, o mercado é dinâmico e o cenário de instabilidade econômica reforçou a necessidade de o setor ser mais criativo para minimizar eventuais perdas. Juntos, seguradoras e corretores estão prontos para oferecer uma cobertura qualificada e diferenciada para públicos distintos. Esse processo será ainda mais intenso em 2017, quando a economia estará retomando a normalidade, aposta, acrescentando que a inovação e a agilidade no atendimento ao segurado são condições “sine qua non” para o setor de seguros ajudar o país a crescer”.

Mendanha, que assumiu a Susep há menos de dois meses, afirmou que a autarquia estará sempre disposta a disseminar e incentivar as práticas que estimulem o cresicmento do setor de seguros crescer. Entre os os desafios e oportunidades para o setor neste ano, o xerife do setor afirma que o mercado de seguros precisa, neste momento, de uma nova agenda positiva. “Com a retomada do crescimento econômico, o que esperamos para breve, é preciso reforçar as ações para que o setor tenha mais visibilidade, mostre para a sociedade e até mesmo para o Governo o quanto pode ser importante como suporte do processo de crescimento sustentado da nossa economia”, afirmou ele em recente entrevista ao blog Sonho Seguro.

Ele deixou claro que a missão da Susep é induzir o crescimento do setor e atuar para que a população esteja devidamente protegida e amparada por uma gama de produtos e serviços de qualidade. “O setor já estende uma ampla rede de proteção securitária para pessoas e empreendimentos. Em 2015, por exemplo, foram devolvidos para a população, sob a forma de indenizações e benefícios, cerca de R$ 110 bilhões”, destacou. Os ativos totais do mercado já ultrapassaram a marca de R$ 800 bilhões, recursos que reforçam a posição do setor como relevante investidor institucional.

Também destacou que a regulamentação de importantes produtos, como o seguro popular de automóvel já foi aprovada e a do universal life está em fase final, prevista para permitir que o produto entre em operação em 2017. “Destaco o seguro popular para autos, que pode atender a mais de 20 milhões de brasileiros, donos de veículos com mais de cinco anos de fabricação, que trafegam por ruas e estradas brasileiras sem qualquer cobertura do seguro, atualmente. Há ainda o Universal Life, um seguro de vida comum no mercado internacional, mas que ainda é desconhecido da sociedade brasileira”.

Segundo noticiou a revista Apólice, o titular da Susep afirmou que a autarquia começa a estudar as fintechs, para comercialização de seguros. São modelos interessantes, mas que ainda estão em fase inicial. Com o aumento do volume de negócios será preciso repensar o modelo de supervisão para isso.

Armando Vergilio seguiu a mesma linha de discurso, conclamando os corretores presentes para a inovação, a qualidade e para a conquista de clientes. “O setor tem crescido mas não tem evoluído. Precisamos ir em frente”, afirmou Vergílio, pedindo aos profissionais apoio e dedicação na luta para manter os corretores no Super Simples, uma luta que a Fenacor vem travando há anos com os órgãos do governo, especialmente a Receita Federal, e políticos da Câmara e do Senado. Estudo realizado no ano passado revelou que 85% das corretoras de seguros do país aproveitaram a nova lei que permitiu a adesão do Supersimples e 44% entre os ouvidos poderão pagar suas despesas fixas por conta da economia que é resultado do novo regime tributário.

Na semana passada, a rápida ação comandada pelo deputado Lucas Vergilio (SD-GO) e o presidente da Fenacor, Armando Vergilio, impediu que uma manobra aprovada no Senado fosse ratificada na Câmara, o que retiraria os principais benefícios do SuperSimples de cerca de 30 mil corretoras de seguros, segundo estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).

O presidente da Escola Nacional de Seguros, Robert Bittar, afirmou que a união de todos do setor, profissionais e entidades, é a força que impulsionará a construção de uma agenda positiva tanto para o setor como para o Brasil. Ressaltou que toda crise traz oportunidades e que esse é o momento certo de todos unirem o melhor para obterem resultados no longo prazo. Ele destaca que com o desemprego, muitos acabaram descobrindo a profissão de corretor, tendo como parâmetro o aumento da demanda nos cursos oferecidos pela escola. Somente no Estado de São Paulo, a procura pelo Curso para Habilitação de Corretores de Seguros (CHCS) apresentou alta de 75% no acumulado dos dados analisados neste ano. Em âmbito nacional, a demanda subiu 23%. Em 2015, a instituição formou cerca de 3,5 mil corretores.

Para encerrar os discursos da abertura solene, o presidente do Sincor-SP, Alexandre Camillo, ressaltou que o Conec não é mais em evento de São Paulo. “É de todos os corretores de seguros do Brasil. O que vemos aqui neste auditório lotado hoje é a maior e melhor demonstração da força, pujança e dinamismo do setor de seguros, que tem como principal força de vendas o corretor de seguros”, disse. “Precisamos fazer o consumidor entender o quanto os produtos de seguros trazem benefícios para o seu dia a dia, como uma assistência na hora de um acidente, repor um bem perdido ou deixar um colchão financeiro para a família ou para si mesmo em caso de invalidez ou morte do responsável financeiro. Esse á a melhor maneira de atrair o consumidor para o mercado segurador”, finalizou.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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