A Associação Nacional das Resseguradoras Locais (AN-Re), entidade recém criada pelas resseguradoras Austral Resseguradora, BTG Pactual Resseguradora, IRB Brasil Resseguros e Terra Brasis Resseguros, será um fórum para o desenvolvimento de estudos e trabalhos que visem o crescimento e o aprimoramento do mercado de Seguros e de Resseguros no Brasil.
Segundo informou Paulo Botti, CEO da Terra Brasis e diretor presidente da AN-Re, a associação objetiva fomentar um debate aberto e técnico sobre a nossa indústria e contribuir para o desenvolvimento do mercado segurador e ressegurador brasileiros e para isto tem total confiança no apoio, entusiasmo e adesão das demais companhias e entidades do mercado. Além de Botti, compõem a diretoria Jose Carlos Cardoso, vice presidente do IRB Brasil Re e diretor e vice presidente da AN-Re e Bruno Freire, CEO da Austral Re e diretor vice-presidente da associação.
As últimas alterações implantadas em 2015 durante a gestão do Ministro Joaquim Levy flexibilizam gradualmente a Colocação Obrigatória e as operações Intra-Grupo e mantem a Oferta Preferencial de 40%. “Seu resultado básico é recolocar em vigor a regulamentação original de 2008, que sob coordenação da Susep, foi desenvolvida com a participação de todos os setores de nossa indústria e que teve enorme sucesso ao atender seus dois principais objetivos”, diz ele.
O primeiro foi criar incentivos para o investimento nacional e internacional na formação de uma forte, eficiente e competitiva indústria local de resseguros e, ao mesmo tempo atrair o importante mercado mundial de resseguros, de todas as regiões, a fornecer sua capacidade internacional de subscrição para complementar as necessidades de resseguro do mercado brasileiro.
Além das flexibilizações acima, acrescenta Botti, a comissão também criada pelo Ministro Levy no âmbito do Conselho Nacional de Seguros Privados e integrada por representantes do governo e da iniciativa privada, finalizou seu relatório, que deverá ser proximamente divulgado, recomendando alguns ajustes dos quais um dos mais importantes foi a flexibilização para as seguradoras cedentes (não se aplica à Resseguradoras), em alguns ramos, da obrigatoriedade de retenção de 50% do prêmio emitido no ano.
Botti afirma que a Associação Nacional das Resseguradoras Locais considera que deve agora, com o horizonte definido, deixar de discutir mudanças conceituais na regulamentação e passar a planejar o futuro, trabalhando dentro de regras estáveis e duradouras para que o Brasil continue no seu caminho de desenvolver um mercado local de resseguros de alto nível técnico, competitivo e eficiente na sua operação, convivendo com o mercado internacional e colaborando com o nosso mercado de seguros e com o nosso país.
Entre os primeiros passos da AN-Re, Botti destaca:
1 – Como contribuir para o crescimento do mercado de Seguros e consequentemente do mercado de Resseguros no Brasil,
2 – Como fazer o Resseguro colaborar para o crescimento, modernização e estabilização dos seguros de Vida, Saúde e Previdência,
3 – Como viabilizar, para benefício do mercado brasileiro, o potencial que os Resseguros da América Latina possui,
4 – Como sensibilizar nossas autoridades de que a médio prazo precisamos nos aproximar de uma isonomia tributária com a indústria de resseguros de outros países autorizados a operar no Brasil,
5 – Como desmistificar no Brasil a atividade de Resseguros e aprimorar o relacionamento com simetria de conhecimentos entre Seguradoras, Corretoras, e Resseguradoras,
6 – Como melhorar a eficiência operacional do Sistema de Ofertas e Prestação de Contas de Resseguro como um todo,
7 – Como mitigar acúmulos de Cosseguro e de Tomadores de Garantia, que podem levar a eventos catastróficos para o mercado ou a uma deficiência de capacidade de resseguro,
8 – Como viabilizar os Seguros/Resseguros de Riscos Especiais que tem sido constantemente declinados pelo mercado,
9 – Como aprimorar a nossa capacidade de precificar e subscrever de forma tecnicamente mais correta e com maior simetria entre os vários players do mercado,
10 – Como melhor colaborar para o aprimoramento dos recursos humanos da nossa indústria de Resseguros no Brasil,
11 – Como apressar o amadurecimento do Mercado Brasileiro de Resseguros e seu salutar relacionamento com o mercado internacional,
12 – Como entender e contribuir para o conhecimento e mitigação da Catástrofes,
13 – Como se utilizar de maneira construtiva da capacidade do Mercado de Capitais,
14 – Como utilizar métricas/modelos/Big Data,
15 – Como melhor se proteger nas retrocessões,
16 – Como colaborar com o mercado de Seguros em Inovação e Diferenciação,
17 – Como trabalhar em parceria no mercado de Seguros e Resseguros.
“A Associação Nacional das Resseguradoras Locais será um fórum para o desenvolvimento de trabalhos que colaborem para as soluções destes assuntos e de outros que vierem a ser levantados e mais uma vez reiteramos nossos agradecimentos e nossa total confiança em contar com o apoio e o entusiasmo já demonstrados de todas as companhias e Entidades do mercado”, finaliza Botti.
As resseguradoras locais apresentaram um lucro de R$ 262 milhões no primeiro trimestre de 2016, ante um lucro de R$ 193 milhões em 2015. Nesse período, o IRB Brasil RE lucrou R$ 212 milhões e as demais resseguradoras R$ 50 milhões, ante um lucro de R$ 193 milhões em 2015, segundo o mais recente estudo elaborado pela Terra Brasis.