O Brasil tem hoje 42 milhões de veículos circulantes, entre carros, caminhões e ônibus. Desse total, 37% possuem até cinco anos de uso, 30% representam os veículos com idade entre seis e dez anos e 15% são os que possuem entre 11 e 15 anos. Os veículos com mais de 20 anos estão na casa dos 5%. “Temos que olhar esses outros 63% onde o seguro tem baixíssima penetração”, alertou o presidente da FenSeg, João Francisco Borges da Costa, durante o almoço, em Porto alegre, promovido pelo Sindicato das Seguradoras do Rio Grande do Sul. O executivo destacou ainda que o mercado e a Federação veem no seguro Auto Popular a alternativa que permitirá o acesso da parte da população que não possui condições financeiras para contratar um seguro normal de automóveis, e admite que o desafio é significativo. “Vislumbramos um mercado potencial de cerca de 20 milhões de veículos, mais do que temos hoje em veículos segurados”, complementou.
João Francisco destacou ainda três ajustes importantes que devem ser realizados na resolução do seguro Auto Popular, divulgada no último dia 1º de abril, as quais estão sendo analisadas pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Nesse sentido, ele ressalta a necessidade de ampliação da base de peças a serem utilizadas pelo mercado, incluindo, além das peças usadas, as peças novas que atendam as especificações dos fabricantes de veículos, uma vez que ainda não existe volume de peças usadas disponíveis para atender às futuras demandas. O presidente da FenSeg acentua também que o mercado entende que o prazo ideal de cobertura deve atender somente a veículos com mais de cinco anos e não veículos com qualquer idade, como define o órgão regulador. Outro ponto importante, segundo ele, se refere à garantia da livre escolha do consumidor na hora de procurar por uma rede que atenda os tipos de reparo. O setor gostaria de estar pronto para ofertar uma rede credenciada, específica, treinada e capacitada, assim que o seguro for comercializado. “No momento a FenSeg e o mercado de seguros estão confiantes e aguardam um retorno positivo da SUSEP”, sinalizou.
Perspectivas do Mercado
O momento econômico pelo qual o país está passando é bastante desafiador, e, segundo o presidente FenSeg, falar de perspectivas, nesse cenário, é fundamental para que o mercado de seguros faça a sua parte neste processo, ganhe pujança e participação no cenário social, consolidando cada vez mais, a importância do segmento na economia brasileira e na América Latina. “O Brasil é hoje, sem sombra de dúvida, o maior polo de seguros no Cone Sul”, afirmou o executivo, durante almoço promovido pelo Sindicato das Seguradoras do Rio Grande do Sul (Sindseg-RS), em Porto Alegre.
Dados de janeiro a março de 2016, apresentados pelo executivo, mostram um crescimento real de 1,9% de volume de prêmios arrecadados pelo mercado, basicamente por causa de ramos que não são os tradicionais como o segmento de seguros de automóveis, considerado parte significativa da arrecadação, representando 42,6% do mercado. Porém, João Francisco apontou que a modalidade não está contribuindo de maneira positiva, com uma performance negativa de 3,4%. Já o segmento de seguro Patrimonial teve 2,4% positivos. “Isso foi bastante puxado pelos seguros não ligados a atividades de varejo. O seguro de garantia estendida e os riscos de engenharia tiveram performances negativas”, pontuou o presidente da FenSeg.
Outros dados apresentados apontaram um crescimento de 10,5% no seguro Habitacional. Em seguro de riscos financeiros, o de fiança locatícia teve performance negativa, e Garantia, 17,8% positivo. O que se constata é que grande parte da fiança bancária concedida pelas instituições financeiras (bancos) migrou para a atividade de seguros, tendo em vista a redução dos limites dos clientes. “De certa maneira os bancos preferiram endereçar essas garantias para o segmento de seguro e isso está criando essa performance positiva”, complementou João Francisco. Nos demais ramos, o seguro Rural se destaca, com 34% de evolução positiva. No geral, ele atribui esses resultados às mudanças de calendário. “O fato é que algumas renovações migraram de dezembro para janeiro e impulsionaram os números, de certa maneira”, finalizou João Francisco Borges da Costa.