O desafio de atrair a atenção dos clientes

leal_intFonte: CNseg

Ecossistemas digitais – ninguém sobrevive sozinho”, proferido por Kleber Bacili, presidente da Sensedia, com mediação do superintendente executivo técnico da CNseg, Alexandre Leal, revelou um grande desafio para o setor. “A continuidade da indústria de chicletes hoje é questionada porque a venda era feita geralmente nas gôndolas próximas de caixas de pagamentos. Hoje, as pessoas estão com os olhos grudados nas telas dos smartphones e os chicletes ficam lá, esquecidos”, disse Bacili, para ilustrar a necessidade de inovação que o avanço das redes sociais impõe às empresas, mesmo as que até pouco tempo atrás eram as mais ricas do mundo.

O que se vê hoje é uma busca incessante das empresas para atrair a atenção das pessoas. Isso está pressionando muito as empresas, em todos os sentidos, e ninguém quer ser o próximo chiclete. Mas as estatísticas mostram que 40% das companhias tendem a morrer nos próximos 10 anos, de acordo com pesquisas recentes divulgadas por John Chamber, CEO da Cisco, em consequência dos efeitos do que chama hoje da internet das coisas, carros sem motorista, longevidade e outras tantas tendências com potencial para mudar o mundo das indústrias. “Hoje, já vemos um porta como o AIBnb, que não tem sequer um quarto de hotel, com valor de mercado maior do que a rede hoteleira Mercury presente em todo o globo”, citou o palestrante.

No mundo das instituições financeiras, o que se vê é que o banco está sendo fatiado em pequenas partes, desafiado por pequenas startups desconhecidas, que se tornam gigantes com o desenvolvimento de um aplicativo que faça parte da jornada digital da sociedade. Um exemplo citado pelo especialista em plataformas foi o portal de viagens TripAdviser.

A família toda entra na internet, acessa o portal para programar a viagem. Lá, pesquisa os melhores destinos, hotéis paradisíacos e voos com preços promocionais. E por que não ter uma oferta pontual de um seguro para resolver os problemas de mala perdida, do voo cancelado e até mesmo pensar em deixar a casa protegida enquanto passeia com a família? “Se ofertar de forma segura, no momento certo e de maneira personalizada pode ter um ponto de venda diferenciado”, diz.

Segundo ele, para que isso aconteça, tem de haver parcerias e plataformas para unir vendedores e compradores. Um exemplo citado foi o Uber, aplicativo de táxis, que tem parceria com o portal Spotify, no qual ao entrar no táxi a preferência musical do cliente será tocada durante o trajeto. Outro exemplo bem-sucedido de parcerias citado foi o do portal Submarino com diversos nomes da rede varejista, nas quais o internauta é beneficiado com um leque maior de ofertas por um preço acessível e apresentado de forma já classificada, do menor para o maior preço dos produtos pesquisados.

Segundo ele, essa é uma realidade que precisa ser perseguida pelas seguradoras. “Eu, por exemplo, não me lembro qual é a seguradora do meu carro. E isso acontece porque a empresa não mantém um relacionamento com o consumidor final”, avalia.

Esses exemplos citados compartilham negócios com múltiplos participantes. As mais bem-sucedidas são as que atuam como plataforma e que conseguem se diferenciar. A gravidade, o fluxo e a conexão são os pontos que determinam o sucesso deste empreendimento, afirma. “O AirbBnb só atrai usuários se tiverem quartos legais e classificados pelos usuários. Esse magnetismo é importante para que esses sistemas de parcerias funcionem”, alerta.

A base do sucesso, segundo ele, está em ser simples, aberto e rápido. “Esses três elementos são decisivos para ter plataformas que interagem com aplicativos móveis”, enumerou, citando algumas seguradoras que já criaram startups para pensar nessas soluções, como Allianz Digital com a Accelerator; a Porto Seguro, com a Oxigênio; e a Bradesco Seguros, com a InovaBra.

Segundo ele, as instituições financeiras abrem espaço para trazer um universo de startup. “Para isso, precisam ser mais aberta, expor mais as suas estratégias e, assim, colocar as ideias em prática. Um ponto destacado pelo palestrante foi a agilidade, que exige das empresas uma governança mais simplificada para esse tipo de projetos inovadores. ” É preciso realmente ser diferenciado e fazer a oferta no local certo, na hora certa e de forma totalmente personalizada. Não basta mais apenas colocar um banner. Tem de ser algo mais sofisticado ou seguro pode correr o risco de ser o próximo chiclete”, finaliza.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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