Mercado segurador fatura R$ 218,7 bi em 2015, crescimento real de 1%

Captura de Tela 2016-03-09 às 19.37.36Fonte: portal Tudo Sobre Seguros

O faturamento do mercado de seguros regulado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), que exclui saúde, sob a tutela da Agência Nacional de Saúde (ANS), atingiu R$ 218,7 bilhões, o que representou aumento nominal de 10,1% sobre o volume no mesmo período de 2014. Dado que a inflação média anual em 2015 (IPCA) foi de 9,0%, infere-se que houve acréscimo real da arrecadação de 1%. Tal desempenho foi marcadamente diferenciado entre os grandes grupos – produtos de acumulação, produto de risco em seguros de pessoas, seguros gerais e capitalização.

A arrecadação bruta de produtos de acumulação mostrou, em jan./dez. de 2015, alta de 18,3% sobre jan./dez. de 2014, sendo de se destacar a alta expressiva das contribuições do VGBL individual no período, que subiram 21% no mesmo período. As contribuições ao PGBL e a planos tradicionais tiveram variação de 7,1% e queda de 3,2%, respectivamente no período. Os prêmios de seguros de vida individual, vida coletivo e prestamista tiveram variações de 23,3%, 7,9% e 3,1% nesta ordem. Assim, os produtos de risco do ramo vida tiveram alta da receita de 7,6% em jan./dez. de 2015 sobre jan./dez. de 2014, bem abaixo da expansão dos produtos de acumulação. Em termos reais (ou seja, extraindo-se o efeito inflacionário), observa-se que a arrecadação dos seguros de pessoas/ produtos de risco manteve-se abaixo da inflação (-1,3%) em relação a 2014, enquanto a de seguros de pessoas / produtos de acumulação cresceu 8,5%.

A arrecadação de prêmios de seguros gerais cresceu apenas 4,9% em jan./dez. de 2015 sobre jan./dez. de 2014 em função do fraco desempenho da economia neste ano. Assim, em termos reais, tal arrecadação mostrou decréscimo de 3,8%. Dentro desse grupo, o faturamento do ramo mais importante – seguro de automóveis – cresceu 3,5% sobre jan./dez. de 2014 e o do seguro patrimonial, alta de 2,7%, em jan./dez. de 2015 sobre jan./dez. de 2014. No âmbito da ANS, as receitas de contraprestações das operadoras médico-hospitalares foram estimadas em R$ 145,3 bilhões em jan./dez. de 2015, o que representa 14,3% a mais em relação à receita de jan./dez. de 2014, quando as mesmas atingiram R$ 127,1 bilhões. Um avanço de 4,9% em valores reais, já descontada a inflação. A receita das empresas de capitalização manteve desempenho negativo, caindo 2,3% em jan./dez. de 2015 contra jan./dez. de 2014, diferente do aumento de 4,3% em jan./dez. de 2014 sobre jan./dez. de 2013.

Comportamento no trimestre: Na comparação do trimestre out./dez. de 2015 contra igual trimestre do ano anterior, que permite aferir a tendência mais recente, o comportamento é de desaceleração e, em diversos casos, declínio, certamente causado pela conjuntura de recessão e inflação. De fato, a inflação aumentou para 10,4% no trimestre out./dez. de 2015 contra out./dez. de 2014 e o Índice de Atividade do BC (IBC-BR) caiu 6,2% no trimestre set./nov. de 2015 contra o mesmo trimestre de 2014. A arrecadação do mercado regulado pela SUSEP teve avanço nominal de 5,0%, logo queda real de 4,9%. A arrecadação dos produtos de acumulação teve avanço nominal de 8,3% com destaque para a recuperação nominal da arrecadação do VGBL individual de 10,0%. No mesmo período, os regates do VGBL foram de 6,7%. Os prêmios de produtos de risco do grupo vida cresceram 2,8% no trimestre, sendo de se notar a queda de arrecadação de 11,4% do seguro prestamista, certamente, em função da queda das vendas a prazo. No caso dos seguros gerais, a taxa de crescimento dos prêmios no trimestre foi 3,0%, menor que os 4,9% de alta no acumulado do ano. Os prêmios de seguros de automóvel tiveram alta de apenas 1,2% no trimestre (logo queda real de 9,2%). Os prêmios de seguros multirriscos patrimoniais, o segundo maior ramo do grupo, subiram 2,5% em termos nominais (queda de 7,8%).

Mais informações no site em: http://www.tudosobreseguros.org.br/sws/tools/reproducao/reproducaoedt.html

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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