Mercado segurador brasileiro deverá crescer entre 9% e 10% em 2016, diz presidente da CNseg

marcio coriolanoRelease

O presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), Marcio Serôa de Araújo Coriolano, disse ontem, quinta-feira, durante evento promovido pelo Sindicato das Seguradoras no Rio Grande do Sul, que, nos próximos anos, o setor de seguros deverá trabalhar com cinco requisitos para uma nova jornada: a estabilidade regulatória, a regulação contra cíclica, a redução dos custos de observância, a ampliação dos canais de acesso ao consumidor e o aperfeiçoamento da comunicação com foco na educação em seguros. Para 2016, segundo ele, diante do atual cenário conjuntural do país, a projeção é de que o mercado cresça entre 9% e 10% em relação ao ano passado.

Marcio Coriolano destacou que os desafios para os próximos anos têm muito a ver com regulação que pesa sobre o setor, e que conduzirá as propostas de atuação da CNseg para apoiar o mercado diante da atual conjuntura do país. “É um setor estritamente regulado, mas não podemos confundir regulação com aprisionamento. É chegada a hora de o Governo fazer despertar o instinto animal do empreendedor.” Com relação à estabilidade regulatória, Marcio Coriolano enfatizou que o Brasil está convergindo, efetivamente, para padrões internacionais de solvência e contabilidade. Mas, a seu ver, aproximar-se de regras internacionais agora implica em uma pressão relevante sobre capital e patrimônio exatamente em período de ciclo baixo. “Precisamos mesmo caminhar em ritmo acelerado em nossas empresas com um cenário desses e um mercado solvente que nós temos?”, questionou.

“A decisão das pessoas de poupar, de proteger o seu patrimônio, a sua família, a sua saúde, se faz com certo atraso depois destas conquistas terem sido alcançadas”, explicou, salientando que o mercado segurador brasileiro sempre respondeu ao ciclo da economia de forma atrasada. Tanto é verdade, segundo ele, que, mesmo em 2012, quando o Brasil apresentou queda do PIB expressiva, o mercado segurador continuou crescendo. “Agora, está acontecendo justamente o contrário. O Brasil conseguiu resistir em 2014, mas, já no final de 2015 se notou um esgotamento dos fundamentos econômicos, nos atingindo duramente.” O executivo lembrou ainda que o mercado segurador evoluiu muito ao longo dos últimos anos, na esteira do ciclo inédito de prosperidade pelo qual passou o país.

A respeito da ampliação dos canais de acesso aos produtos, o presidente da CNseg frisou que a legislação e a regulação atual engessam a oferta por meios remotos. Nesse sentido, chamou a atenção para o fato de que, quando se defende meios digitais, não se quer dizer afastar, de forma alguma, o corretor de seguros. “É exatamente nesse momento de fragilidade do consumidor, por ele estar com renda menor e ter que exercer escolha difícil com recursos limitados, que a presença do corretor torna-se cada vez mais importante.” Esclareceu o executivo, completando que, a seu ver, uma sociedade que atingiu um grau de maturidade de desenvolvimento em comunicação não pode mais ficar só se comunicando por papel.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Ouça nosso podcast

ARTIGOS RELACIONADOS