JLT avança 5% em vendas no mundo, com contribuição da América Latina

Protasio: meta no Brasil é dobrar de tamanho em 4 anos
Protasio: meta no Brasil é dobrar de tamanho em 4 anos

Crescer, em um país com projeção de queda de 4% no Produto Interno Bruto e que enfrenta a maior crise já vista desde 1929 pelos economistas, é um missão quase impossível, mas que muitas companhias do mercado segurador brasileiro enxergam como possível. Investir em pessoas, bem como inovar na oferta de produtos e serviços são as duas principais estratégias do grupo inglês JLT, que atua com consultoria e corretagem de seguros.

“O Brasil é a segunda maior operação na América Latina, superada pela Colômbia. Em termos de PIB, população e penetração de seguros fica claro o potencial de crescimento”, diz Rodrigo Protásio, CEO da JLT Re, uma das empresas controladas pela holding, com seguros, resseguros, benefícios e massificados. Protasio conta que o grupo tem a América Latina como uma das prioridades de crescimento, bem como Ásia e Estados Unidos, operação iniciada há 18 meses.

Nesta semana, o grupo divulgou seus resultados financeiros do ano de 2015, comcrescimento da receita de 5%, para £ 1,15 bilhão, sendo 2% com crescimento orgânico. As divisões de gestão de risco, resseguro e seguro foram as que puxaram a alta das vendas. Em benefícios, a receita orgânica diminuiu 6 % devido aos desafios específicos dentro Reino Unido e Irlanda, mas cresceu 7% nos outros mercados. O lucro antes de impostos caiu a £ 170 milhões, queda de 7 %, impactado pelo investimento realizado nos EUA. Excluindo o investimento nos Estados Unidos, o ganho registrou aumento de 3 %, para £ 190 milhões.

Segundo comentários do CEO, Dominic Burke, na divulgação dos resultados mundiais, o grupo enfrenta uma série de desafios externos à medida que avança em 2016. “No entanto, estamos mantendo nosso foco em fatores que podemos gerenciar e em manter o controle sobre receitas e custos estabelecido ao longo dos últimos dez anos. Continuamos confiantes em nossa estratégia, nossa plataforma e nossa capacidade contínua de crescer “.

A JLT América Latina apresentou resultados fortes, com receitas 16% maiores em termos orgânicos (sem aquisição). O lucro operacional aumentou 10 %, para £ 21,3 milhões, com a colaboração dos escritórios da JLT em outras regiões. O grupo tem ganhado negócios significativos em energia , garantia , logísticas e propriedades industriais. “Apesar do cenário macroeconômica, nossos negócios no Brasil, em particular , teve boa performance”, afirma Protásio.

No Brasil, segundo maior mercado da América Latina, enquanto o mercado de petróleo sofre com os efeitos da Lava Jato, bem como o de resseguros de grandes obras, uma vez que as principais construtoras estão envolvidas nas investigações do Ministério Público, a JLT investe em novos negócios e também em sua equipe. A meta é dobrar de tamanho em 4 anos. “Para atingir tal objetivo será preciso fazer aquisições”, afirma Protasio.

Além do PIB em queda, o grande desafio do Brasil está em recursos humanos. “O problema não é atrair talentos. O desafio está em manter esses profissionais incentivados, pois essa geração busca mobilidade. Mas isso pode ser conquistada dentro da própria empresa e temos cada dia mais buscado ofertar a nossa equipe uma experiência internacional”, contou.

Em janeiro, o grupo realizou um evento de dois dias, com 96 líderes, para discutir o futuro, em Angra dos Reis (RJ). “Nossa cultura é construída por nós localmente e não imposta pela matriz. O reflexo é ter um ambiente leve, com superação de metas e dificuldades, bem como a consolidação de um dia a dia permeado pela ética e valores”, afirmou.

A Argentina é a bola da vez de novo para os investidores e também para a JLT. Em 16 de março, o grupo realiza uma conferência em Buenos Aires para discutir os desafios e oportunidades de negócios na região. Também inaugura as operações de seguros no escritório aberto há um ano para atuação em resseguros.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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