Bradesco, Itaú e BB desistem de ofertar ações do IRB

IRB logoEm fato relevante enviado nesta quinta-feira à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Bradesco, Itaú Unibanco e BB Seguridade informaram terem protocolado pedido de desistência do registro da Oferta Pública de Distribuição Secundária de ações ordinárias de emissão do IRB Brasil RE diante da “atual conjuntura desfavorável do mercado para a realização da oferta”. A União é sócia majoritária do IRB, com 27,4% de participação, seguida de Banco do Brasil e Bradesco (20,4% cada um), Itaú (15%), e dos fundos de pensão e funcionários.

Em entrevista ao Valor, o CEO José Cardoso falou sobre os números de 2015 e expectativas para este ano. Para 2016, o IRB espera um crescimento menor dos prêmios emitidos, na casa dos 20%, mas promete que sua rentabilidade vai continuar na casa dos 30%. “Vamos crescer menos neste ano pois o apetite no exterior deve ser menor e não vamos ver grandes obras ou projetos de óleo e gás”, disse o executivo. “Mas ainda vemos oportunidades, em especial nos seguros de agronegócios e vida”.

Abaixo release divulgado nesta sexta-feira:

O IRB Brasil RE acaba de divulgar o maior lucro líquido recorrente da sua história. Em meio a um cenário macroeconômico desafiador no ano de 2015, o lucro líquido recorrente da companhia foi de R$ 764 milhões, 97% maior se comprado ao ano anterior, de R$ 388 milhões. O retorno sobre o patrimônio líquido, em bases recorrentes, foi de 29%, praticamente o dobro, quando comparado ao índice de 2014 que foi de 15%.

O volume total de prêmios emitidos pelo IRB Brasil RE no ano de 2015 totalizou R$ 4,3 bilhões, um aumento de 35% em relação a 2014. Desse montante, R$ 3,3 bilhões foram prêmios emitidos no Brasil e R$ 1,0 bilhão no exterior, que ampliou sua participação de 11% dos prêmios emitidos para 24% em 2015. Os prêmios emitidos no Brasil avançaram 15%, com as contribuições positivas dos ramos de Property, Rural e Vida.

No exterior, o crescimento foi de 203% no volume de prêmios emitidos, explicado pela estratégia da Companhia de ampliar sua presença na América Latina e fortalecer sua presença no mercado global, bem como pela variação positiva da moeda estrangeira em relação ao Real.

O ano de 2015 foi encerrado com um crescimento nos prêmios retidos de 38%, se comparado a 2014, totalizando R$ 3,0 bilhões. Consequentemente, os prêmios ganhos seguiram a tendência de crescimento e avançaram 27% sobre 2014, totalizando R$ 3,0 bilhões em 2015.

O resultado de subscrição totalizou a marca de R$ 511 milhões, uma expansão de 21% em relação a 2014. Esse resultado positivo foi decorrente do crescimento no volume de prêmios ganhos, com ampliação das contribuições dos negócios das linhas de Property, Rural e Vida.

O resultado financeiro recorrente foi de R$ 880 milhões, um avanço de 67% sobre 2014, ou cerca de R$ 350 milhões em valores nominais. A carteira de investimentos totalizou no final de 2015 aproximadamente R$ 6,2 bilhões, com um retorno nominal de 16% no ano, ante um CDI de 13% no mesmo período, o que gerou um desempenho equivalente a 120% do CDI.

Essa combinação, do crescimento dos resultados operacional e financeiro, aliados a uma gestão administrativa focada na geração de valor, reforçaram a posição do IRB de líder do mercado de resseguros no Brasil. O lucro líquido alcançado pela companhia representou cerca de 80% do lucro total das resseguradoras locais, no período de janeiro a novembro de ano passado, segundo a SUSEP.

Em meio a esse balanço positivo, ainda foi possível promover uma redução nominal de 3% nas despesas administrava do ressegurador, inferior à inflação registrada no ano de 10%, resultado da reestruturação implementada ao longo do ano e pela busca de maior eficiência e geração de valor para os acionistas.

O IRB Brasil RE encerrou o ano de 2015 com uma participação relevante de 34% no mercado total de resseguros no Brasil, mesmo em meio ao aumento da concorrência e diante de um cenário adverso. Para isso, foram determinantes a ampliação da participação do IRB em contratos de grandes clientes e a disciplina na subscrição de riscos por parte da equipe técnica.

Ontem (18) foi comunicado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que o IRB Brasil Re não daria continuidade ao seu processo de abertura de capital, em função das condições adversas do mercado.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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